Caso seja aprovado, o Programa Europa Global, que prevê um fundo de 80 mil milhões de euros de financiamento para a recuperação e desenvolvimento, terá reservados 30 mil milhões de euros para a África Subsariana.
A informação foi avançada nesta semana, em Paris, pelo primeiro-ministro português e actual presidente do Conselho da União Europeia, António Costa, à saída de um encontro com o chefe do executivo angolano, João Lourenço, em que analisaram, entre outros temas, o estado da cooperação bilateral.
“Relativamente ao financiamento da recuperação da economia, por um lado, temos a esperança de, ainda na presidência portuguesa, poder ser aprovado o Programa Europa Global, que prevê 80 mil milhões de euros de financiamento para a recuperação e desenvolvimento, sendo que pelo menos 30 mil milhões têm que ser dedicados a África Subsariana. Portanto, esta é uma medida muito significativa”, referiu o governante.
António Costa disse ainda que foi desenvolvido um trabalho, quer pelo Banco Mundial, quer pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), tendo em vista, por um lado, a reestruturação da dívida de alguns países africanos e, por outro, ver a possibilidade de um aumento dos direitos de saque especial, com o compromisso de os países da União Europeia procurarem, entre si, contribuir com parte dos direitos de saque a que têm direito e que não vão utilizar, para poderem transferir a favor do financiamento das economias africanas.
O primeiro-ministro português considera “excelente” a cooperação entre Angola e Portugal, sublinhando que tende a consolidar-se cada vez mais. Afirmou que o encontro com João Lourenço serviu também para informar que, para além das linhas de crédito que já tinham sido disponibilizadas para as operações no Soyo, foram agora aprovadas pelo Ministério das Finanças português duas outras, uma para a circular do Lubango e outra para as infra-estruturas da Muxima, sem, no entanto, revelar o valor do financiamento de ambas.
“Todas as questões de crédito que estavam pendentes com Angola estão neste momento ultrapassadas e em condições dos investimentos puderem avançar”, garantiu.
O governante assegurou que a Europa tem outros pacotes de ajuda para África, deixando a promessa que, no âmbito da presidência portuguesa junto da Comissão da União Europeia, tudo fará para ajudar o continente berço.