Dos mais de 800 candidatos inscritos no programa de inovação e criatividade e-Voluir, lançado em Fevereiro de 2021 pelo escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), apenas cinco foram apurados.
Divididos em dois grupos, os candidatos criaram e desenvolveram uma ideia cada, com o apoio de mentores, e apresentaram a um painel de avaliação composto por pessoal do PNUD Angola e da Fábrica de Start-ups – maior hub de inovação do Rio de Janeiro, Brasil.
Uma das equipas está a desenvolver uma solução dirigida à gestão e literacia financeira para trabalhadores informais, tendo em conta o papel da informalidade na economia angolana, e a outra está a debruçar-se sobre a digitalização e facilitação de processos administrativos no sector da educação.
Ambas ideias complementam a missão do PNUD de apoiar os esforços angolanos para minimizar o impacto socioeconómico negativo da Covid-19, promover o empreendedorismo jovem, sobretudo entre as mulheres, e de colocar a inovação e tecnologia ao serviço do desenvolvimento.
Segundo avançou à FORBES Edo Stork, representante do PNUD em Angola, nesta primeira fase, tida como “o momento da ideação”, apenas a ideia vencedora continuará no programa. A equipa vencedora na fase de “ideação” irá juntar-se às start-ups que já actuam no mercado angolano e avançar para a segunda fase, a de aceleração, que começa em Março e termina em Julho deste ano.
“A aceleração consiste num apoio contínuo dado pelos mentores e pela Fábrica de Startu-ps, para garantir que as soluções tenham um impacto social positivo e que sejam economicamente viáveis”, explica o responsável.
A última etapa do programa, avança Edo Stork, irá decorrer em Julho. Nessa altura, as start-ups terão a oportunidade de fazer um pitch, uma pequena apresentação, sobre as suas soluções ao PNUD Angola e aos seus parceiros, e à Fábrica de Start-ups, com o objectivo de expandirem a sua rede de contactos.
O Representante do PNUD em Angola avança que todas as ideias apresentadas, apesar de estarem a ser desenvolvidas em países diferentes, têm o potencial de serem replicadas em outras geografias dos PALOP, devido a ligação económica, social e histórica entre os membros da comunidade.
O responsável sustenta que a coordenação contínua entre os escritórios do PNUD nos PALOP permite que as soluções possam ser adoptadas a nível regional, fortalecendo o ecossistema de inovação entre os países e valorizando o papel da inovação e do empreendedorismo na resposta económica e social aos principais desafios impostos pela crise da Covid-19. “O PNUD acredita na capacidade dos cidadãos de desenharem soluções locais para problemas globais”, disse.
O programa de inovação e-Voluir está a ser coordenado pelo Laboratório de Aceleração do PNUD, que foi criado especificamente para testar novas soluções para os desafios de hoje, atendendo às realidades mutáveis do desenvolvimento do século XXI.
Cinco países envolvidos
O e-Voluir nasceu da convicção de que o novo coronavírus veio alterar significativamente a realidade económica e social dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, nomeadamente Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe e de que é necessário apostar na inovação, criatividade e até na tecnologia para encontrar soluções para os novos desafios de hoje e de amanhã.
O concurso pedia mentes criativas, inovadoras e perspicazes com soluções nas áreas de e-Governe e transformação digital, trabalho e economia. Em poucas semanas desde que foi aberto, mais de 800 angolanos se inscreveram.
Os mentores, consideram os promotores, são essenciais para o programa, na medida em que “adicionam valor, trazendo as suas competências, expertise e experiência no mercado angolano, nas mais diversas áreas. Para a selecção dos mentores, o laboratório de aceleração do PNUD contou com o apoio do seu congénere digital angolano Disruption Lab, bem como do powered by ATLANTICO.
Entre os mentores, estão profissionais do Disruption Lab e do powered by ATLANTICO, bem como de instituições como a Secretaria de Estado do Trabalho e Segurança Social, Banco BAI, Banco Millennium Atlântico, Departamento de Ciências Sociais Aplicadas do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências, bem como a fundadora da Gestão Profissional, Anabela Marcos.