O Sindicato dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe (Sinprestep) anunciou recentemente uma “luta muito árdua com o Ministério da Educação” pelo reajuste salarial e melhoria da qualidade do ensino no país.
Trata-se de um processo que já se arrasta desde 2021, quando o processo de reajuste salarial na administração pública foi introduzido no parlamento no ano passado pelo Governo são-tomense, mas o executivo acabou por retirar o documento seis meses depois, devido a sucessivas greves sindicais e demissão do antigo ministro das Finanças, Osvaldo Vaz.
“Prometemos ao senhor Presidente da República que ainda neste trimestre vamos travar uma luta muito árdua com o Ministério da Educação quanto ao reajuste salarial — saber do Governo se o reajuste pega ou não pega”, disse o presidente do Sinprestep, Gastão Ferreira, no final de um encontro com o chefe de Estado, Carlos Vila Nova.
Segundo o líder sindical, os professores são-tomenses licenciados têm um salário de cerca de 160 euros mensais, o que não corresponde às expectativas da classe docente.
“Não é fácil um professor estar numa sala de aula a exercer as suas funções e a pensar no que vai comer”
Segundo o líder sindical, durante o encontro, as partes abordaram ainda temas como a qualidade do ensino, as condições socioeconómicas dos professores e educadores, a formação, a situação dos professores e educadores na Região Autónoma do Príncipe, o enquadramento dos docentes e as condições de trabalho.
“A qualidade do nosso ensino está paulatinamente a degradar. A situação socioeconómica dos professores neste preciso momento é uma lástima. O descontentamento é total. O enquadramento que se vem prometendo há anos não se tem concretizado. Os professores têm estado no sistema 10, 20, 30 anos sem serem enquadrados nas suas respectivas categorias e sem serem promovidos. Falamos dos professores reformados que vivem uma situação extremamente precária”, precisou Gastão Ferreira.