Produtores de café defenderam, há dias, a importância desta cultura na conservação da biodiversidade em Moçambique, assinalando que a produção tem sido usada para a restauração de ecossistemas destruídos.
A relação entre a cultura de café e a conservação da biodiversidade foi debatida no painel “Cafés de Moçambique e Desenvolvimento da Economia Local”, na primeira edição do Festival do Café, que decorre em Maputo.
“As mesmas mulheres que não queriam saber nada de plantio e restauração de árvores são hoje amigas da conservação, depois de terem sido envolvidas na produção de café”, disse Pedro Muagura, do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), um santuário de fauna e flora do centro de Moçambique que também produz e exporta aquela cultura.
Muagura afirmou que a aposta no aproveitamento do potencial agrícola do território ocupado pelo PNG tem resultado igualmente no reflorestamento e conservação da biodiversidade dos campos.
“A área estava desertificada, havia ali um cenário de desmatação provocada pelas várias guerras que aconteceram em Gorongosa”, declarou, referindo-se aos conflitos armados entre as forças governamentais e a antiga guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), hoje principal partido da oposição.
Pedro Muagura, citado pela Lusa, defendeu a produção de café e de alimentos, como milho, para que as culturas de rendimento não resultem na marginalização da produção alimentar.