O PROPRIV – Programa de Privatizações de empresas e activos públicos permitiu, até Dezembro de 2020, um encaixe contravalor de 85 milhões de dólares, como resultado da venda à privados de 34 activos, segundo revelou em entrevista exclusiva à FORBES a Ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa.
De acordo com a governante, das 195 empresas e activos que se tem por privatizar, 54 são processos iniciados e destes 34 já foram privatizados, o que resultou no encaixa do referido valor, que, indica, foi utilizado para tratar das despesas do Estado como um todo. “A receita não foi consignada para um projecto específico. Serviu para financiar o OGE”, clarifica a Ministra.
Vera Daves de Sousa avançou que no ano em curso se pretende concluir com alguns dos projectos iniciados em 2020 e arrancar com outros interessantes, a que chamou de filé mignon do processo de privatizações. “Vamos ter aí privatizações a acontecerem de empresas como o BCI, ENSA, Caixa Angola, Sonangalp, Aldeia Nova, Mota-Engil e Multitel. São privatizações de activos muito interessantes”, considerou.
A governante diz acreditar que o país poderá ver a se concretizar, ainda este ano, a primeira IPO – Oferta Pública Inicial – em que as acções de uma empresa são vendidas ao público em geral numa bolsa de valores pela primeira vez. “A equipa está a trabalhar a todo o vapor para assegurar que tenhamos o primeiro IPO acontecer”, garante.
Vera Daves adiantou que a IPO poderá ocorrer com uma empresa do sector da construção, das telecomunicações ou petrolífero, concretamente com a Mota-Engil, Multitel ou Sonangalp. “São as principais candidatas para avançar via IPO. Vamos ver qual delas fica pronta para avançar primeiro”, concluiu.
Por outro lado, e referindo-se à integração regional, a Ministra das Finanças defende que o facto de muitos países europeus e americanos voltarem a confinar e existirem limitações nas fronteiras, deve ser visto e aproveitado pelos países africanos como o momento certo para apostarem no comércio inter-regional.
“Este é um momento perfeito para que os países africanos, inequivocamente, apostem no comércio inter-regional. Eu penso que a hora é agora. Não há hora melhor para vendermos bens e serviços, para tirarmos partido de todo o potencial que existe em África, negociando entre países e tirando partido das conquistas que cada um já alcançou até agora”, desafia a jovem governante angolana.