O presidente do conselho de administração da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, garantiu esta semana que que a privatização parcial da empresa “é para avançar”, sem, no entanto se comprometer com prazos para que se concretize, referindo que, normalmente, processos do género podem demorar três a quatro anos a serem preparados.
Para o PCA da perolífera angolana, o essencial é o trabalho ficar bem feito. “Precisamos de fazer este trabalho bem e para fazê-lo bem precisamos de seguir as fases todas. Uma IPO pode demorar três a quatro anos a preparar”, indicou.
Por ocasião do 45º aniversário da empresa, assinalado a 25 de Fevereiro último, Sebastião Gaspar Martins havia anunciado que o governo angolano pretende avançar com uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) de 30% do capital da petrolífera estatal, estimando que a operação pode vir aos cofres do Estado entre 5 e 7 mil milhões de euros.
“O processo não está atrasado. O que é preciso é que as pessoas entendam que passa por um conjunto de fases e, entre essas, expurgar a maior parte de processos que podem ter a ver com relações entre a Sonangol e o Estado, de modo que a IPO, ao ser lançada, não coloque o accionista futuramente a questionar se tem realmente uma empresa, do ponto de vista comercial, ou ainda com ligações ao Estado, é o que temos estado a fazer”, declarou o gestor à Lusa, à margem da conferência Angola Oil & Gás.
Em causa estão “algumas transações” que terão acontecido enquanto a Sonangol assumia ainda a função concessionária. “Estamos a expurgá-las todas para permitir que a Sonangol seja apenas focada na sua actividade comercial atual”, sublinhou.