A capital angolana, Luanda, acolhe de 24 a 27 de Novembro deste ano a primeira edição do Festival Internacional de Cinema Pan-africano (Luanda PAFF), organizado pelo Instituto Pan-africano de Cinema, Kongo Bizizi Academy, em parceria com a Fundação Arte e Cultura.
Falando em conferência de imprensa, o director do festival, Ne Kunda Nlaba, destacou que durante o concurso, que tem com objectivo desenvolver o cinema em Angola e incentivar os produtores africanos, prevê-se a apresentação de 50 filmes e garantir um mercado de filmes pan-africanos, plataforma onde os realizadores poderão partilhar e vender os seus trabalhos, sendo que a intenção é receber realizadores de todo o mundo.
A organização do evento informou que os concorrentes deverão apresentar filmes e documentários de curta e longa-metragem sobre o continente africano produzidos em menos de dois anos.
“Kimpa Vita Awards”, é a categoria especial do concurso e faz cobertura de todas as outras, como o “Kwanza Awards”. Na entrevista colectiva, foi explicado que a escolha de Kimpa Vita como prémio especial está relacionada com a revolução que esta personalidade histórica fez no Reino do Congo, sendo esta uma das formas encontradas pela organização “para honrar a sua determinação e luta pelo seu povo”.
Questionado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA sobre o valor específico que será gasto na realização do evento, Ne Kunda Nlaba limitou-se a dizer que “será gasto muito dinheiro como qualquer um grande evento”, mas garantiu rever o orçamento para a devida divulgação.
Indagado sobre o nível de produção de filmes em África, o director do Luanda PAFF considerou que o continente está a crescer, embora numa velocidade ainda não desejada.
“Por sorte, com a revolução digital, nós como realizadores podemos fazer alguns filmes com um orçamento muito baixo, porque temos a oportunidade de fazer gastos mínimos para tornar público os nossos filmes. Hoje, com as câmaras digitais, podemos criar alguns vídeos. Por exemplo, eu fiz o meu documentário com um smartphone e está numa das grandes plataformas do mundo, alcançando muito público”, justificou o realizador.
Para Kunda Nlaba esta é uma das grandes oportunidades que os realizadores hoje têm. “Temos que realmente aproveitar a oportunidade que a tecnologia nos oferece actualmente”, rematou.
Pedro Mbinza