A primeira emissão de “obrigações azuis” em Cabo Verde, realizada através de uma oferta pública em bolsa, rendeu o valor máximo previsto, de 3,17 milhões de euros, registando uma procura 1,5 vezes superior à oferta.
À margem da apresentação dos resultados desta oferta pública bolsista emitida pelo International Investment Bank (iiB) de Cabo Verde, que decorreu há dias na sede da instituição, na Praia, o presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Miguel Monteiro, disse que teve uma procura inclusivamente superior aos 3,17 milhões de euros.
“O iiB fez esta emissão no sentido de apoiar, ou seja, com possibilidades de créditos diretos ou através de instituições de microfinanças que eles vão, entretanto, ter acordos, para aqueles empreendedores e aqueles investimentos na área da economia marítima, das pescas. Ou seja, aquilo que está ligado aos nossos mares”, afirmou.
Por sua vez, o presidente da comissão executiva do International Investment Bank, Francisco Ferreira, considerou a operação como “viável” e admitiu a realização de outras do género ainda este ano, sendo já o principal operador do mercado de capitais em Cabo Verde.
“Estaremos a fazer novas emissões e contamos que elas voltem a ter esta direccionalidade específica no âmbito da sustentabilidade e da responsabilidade social. Contamos provavelmente fazer este ano novamente uma emissão social, bem como olhar para as oportunidades no segmento ‘verde’ e ver como o banco pode ajudar a estruturar soluções que venham apoiar a economia e desenvolver o espectro empresarial, sempre contando com o seguirmos os vectores designados pela ONU como sendo estruturais para Cabo Verde e o mundo”, explicou Francisco Ferreira.
A operação decorreu de 23 de Janeiro a 28 de Fevereiro e previa colocar de 2,2 milhões a 3,17 milhões de euros, com maturidade a cinco anos e taxa de juro de 4%.
Esta primeira emissão de “obrigações azuis” em Cabo Verde, conforme a Lusa, prevê um montante de 450 a 900 mil euros para o banco financiar, através de uma linha própria, microemprendedores e pequenos investimentos deste sector, mas também viabilizar a inclusão financeira neste sector, através de financiamentos directos ou de parcerias com instituições de microfinanças para crédito de pequena escala a particulares e pequenas empresas no sector marítimo e pesqueiro, sustentáveis.