O Presidente Carlos Vila Nova regressou a São Tomé e, à chegada, destacou a necessidade de um esforço conjunto para enfrentar a grave situação económica e financeira que o país atravessa, afirmando que esta demanda ultrapassa as competências dos órgãos de soberania.
Em declarações à Lusa no aeroporto da capital, após participar na Cimeira Coreia-África, Vila Nova sublinhou a importância de incluir todas as forças políticas, incluindo a oposição, apesar das divergências com o primeiro-ministro Patrice Trovoada.
“Eu penso que esta questão é tão abrangente que vai para além das competências dos órgãos de soberania. Precisamos do envolvimento de todos e não pouparei esforços em tentar obter a máxima colaboração das forças vivas da nação”, afirmou o Presidente, referindo-se à necessidade de enfrentar o desafio económico e financeiro com ponderação e dedicação.
A posição de Vila Nova contrasta com a do primeiro-ministro Trovoada, que descartou a possibilidade de envolver a oposição nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), argumentando que isso poderia prejudicar as negociações.
“Esta é uma decisão que me cabe. A agenda do Presidente da República não depende de qualquer outro órgão, portanto, se eu tiver de chamar a oposição, chamarei a oposição”, afirmou o Presidente em resposta às declarações de Trovoada.
Este debate surge num contexto em que o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) lançou um apelo para que técnicos e académicos esclareçam o povo sobre a situação económica do país, destacando a importância de um entendimento técnico para lidar com os desafios.
Por outro lado, Vila Nova refutou as alegações do presidente do Tribunal de Contas de que a Presidência não teria apresentado os relatórios financeiros, afirmando que os documentos foram entregues dentro do prazo estipulado.
A crise económica em São Tomé e Príncipe tem levado o governo a considerar medidas controversas, como aumentos significativos nos preços dos combustíveis, eletricidade e impostos, enquanto busca um parceiro para financiar importações essenciais.