O Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, destacou, em Lisboa, nesta Terça-feira, 5 de Abril, primeiro dia da sua visita de Estado à Portugal, que pretende “fazer história” no relacionamento bilateral com aquela Nação europeia, concretamente abrindo novas áreas de cooperação.
No final de um encontro com o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, o líder são-tomense disse sentir-se em casa. “Estou em casa. Portugal é casa dos são-tomenses e São Tomé e Príncipe é casa para todos os portugueses que escolheram residir, visitar ou se deslocar a São Tomé, sejam todos bem-vindos”, afirmou Vila Nova.
O Estadista africano assegurou estar empenhado em “tudo fazer para fortalecer” as relações bilaterais que, sublinhou, “não se resumem a tudo quanto” os dois países já fazem. Nas declarações aos jornalistas, Carlos Vila Nova assinalou que, mesmo em sectores tradicionais de cooperação como a saúde, a defesa, a educação, há uma possibilidade de evolução, “tendo em conta o que poderão ser as vantagens que o sector económico pode trazer, virado para o sector empresarial e investimento directo estrangeiro” no seu país.
Do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente de São Tomé e Príncipe disse ter recebido a garantia de Lisboa e São Tomé trabalharem juntos para promoverem o desenvolvimento económico dos dois países, sobretudo do país lusófono africano, nas áreas do turismo, agricultura, pescas, apontadas como novas na cooperação entre os dois Estados.
Marcelo Rebelo de Sousa declarou o “apoio total” de Portugal a São Tomé e Príncipe na assunção da próxima presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e salientou a cooperação entre os dois países, nomeadamente a aprovação recente do Programa Estratégico de Cooperação, até 2025, considerado “o mais ambicioso”, no valor de 60 milhões de euros.
Identificou as várias áreas de cooperação, nomeadamente a nível da saúde, “tão importante no período da pandemia”, e a possibilidade de criação de um centro de hemodiálise em São Tomé; no domínio económico e financeiro, com “mais interesse de grupos turísticos portugueses”; no sector da energia, referindo a presença da Galp na prospeção de petróleo, que deverá arrancar no próximo mês, e também na área da defesa e segurança, com a presença do navio patrulha Zaire numa “área muito sensível do Golfo da Guiné”.
A visita de Vila Nova prossegue nesta Quarta-feira, com uma deslocação à Câmara de Lisboa, onde receberá as chaves da cidade.