O nomeado candidato a presidente do Banco Mundial (BM), Ajay Banga, prometeu associar-se ao Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para garantir resultados transformadores.
Ajay Banga foi apresentado a 23 de Fevereiro pelo líder norte-americano, Joe Biden, como o nomeado para presidente do grupo Banco Mundial, depois de o actual presidente da instituição, David Malpass, ter anunciado a intenção de sair até ao final de Junho do ano em curso.
O nomeado presidente deu início, há dias, à sua viagem global, fazendo a primeira paragem em Abidjan, na Costa do Marfim, onde se encontrou com o presidente do grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, com o conselho de administração e outros directores.
Num comunicado a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso, o provavelmente futuro à liderança do BM apontou três grandes questões que afectam muitas partes do mundo, as quais, segundo ele, são de grande preocupação.
“Estas incluem a desigualdade, a tensão entre a humanidade e a natureza, bem como a tendência para aplicar soluções de curto prazo a problemas de longo prazo que apenas produzem maus resultados. Os desafios que o mundo enfrenta se complicaram devido a pandemia da Covid 19, a degradação ambiental e ao impacto da guerra Rússia-Ucrânia”, lê-se no documento.
O antigo CEO da Mastercard enfatizou o papel que a tecnologia desempenha na transposição dos desafios que o mundo enfrenta, bem como o do sector privado na mobilização de recursos de capital necessários para um desenvolvimento económico significativo. “Isto aplica-se não só ao capital do sector privado, mas também ao engenho e inovação do sector privado, elementos necessários para enfrentar os muitos desafios que o mundo enfrenta”, disse.
Já o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, afirmou que o apelo de Ajay Banga para uma parceria renovada “é sensato”, salientando a necessidade de uma nova forma de trabalho entre o Banco Mundial e o BAD.
“É mais do que financeiro. Trata-se mais de como trabalhamos para optimizar os recursos, envolvendo os governos, o sector privado e outras partes interessadas para produzir uma mudança significativa”, apontou. Globalmente, segundo afirmou, há necessidade de uma maior responsabilidade para enfrentar o impacto das alterações climáticas, da degradação ambiental e proteger a biodiversidade.
Akinwumi Adesina defendeu também uma abordagem semelhante para resolver o problema da falta de energia em África, onde mais de 600 milhões de pessoas não têm acesso à electricidade, que pode ser resolvido através de iniciativas como a iniciativa Desert to Power (Do Deserto à Energia), liderada pelo BAD, que visa fornecer electricidade verde a mais de 200 milhões de pessoas, em 11 países, utilizando a capacidade solar.