Marcos Rodrigues, presidente da Câmara de Comércio do Sotavento de Cabo Verde, instou o Estado a desistir dos voos internacionais e redirecionar os recursos públicos para resolver as lacunas nas ligações entre ilhas. Em declarações à Lusa, o presidente argumentou que, ao contrário dos voos internacionais que têm múltiplos operadores e conexões suficientes, o transporte interilhas enfrenta problemas frequentes.
Segundo Marcos Rodrigues, é imperativo que o Estado invista numa companhia aérea doméstica robusta para transformar o transporte interno, deixando de lado o custoso suporte aos voos internacionais. Ele destacou que a situação atual do setor doméstico, marcada por problemas crónicos e falta de rentabilidade, exige uma intervenção direta do Estado.
O líder da Câmara de Comércio sublinhou que a recente saída da Bestfly e os desafios enfrentados pela TACV evidenciam a urgência de uma solução local para as necessidades de transporte entre as ilhas cabo-verdianas. Rodrigues enfatizou ainda que o reforço das ligações interilhas poderá estimular a competição entre operadores internacionais, beneficiando o desenvolvimento global do país.
Esta posição contrasta com a tendência de crescimento no tráfego internacional de passageiros e carga nos aeroportos cabo-verdianos, enquanto o movimento interno tem declinado, refletindo as limitações atuais do transporte doméstico.
Rodrigues concluiu reiterando que a prioridade de Cabo Verde deve ser melhorar as conexões interilhas, uma necessidade também destacada por organizações internacionais como o Grupo de Apoio Orçamental e o Fundo Monetário Internacional, que alertaram para a importância crucial dessas melhorias para a competitividade do país.