O preço de electricidade começou a subir nesta Quarta-feira em São Tomé e Príncipe e atingirá 20% até 2030, anunciou a Empresa de Água e Electricidade (EMAE), assegurando a preocupação “para não encarecer mais” a vida dos consumidores dos escalões mais baixos.
“Tomamos em atenção o consumo doméstico, para não encarecer mais a vida das pessoas, pese embora ter que haver essa actualização de tarifas, e entendemos que, na categoria de domésticos, se nós pouparmos um pouco mais, vamos pagar menos. Se consumirmos mais, vamos pagar mais”, disse Raúl Cravid, adiantando que no primeiro escalão da classe doméstica, “retirou-se a taxa de uso, que vai também beneficiar um pouco mais” este grupo, com consumo entre 0 a 50 quilowatt (kWh).
Segundo o diretor-geral da Emae, “o aumento já deveria acontecer há muito tempo”, desde 2007, data da última actualização da tarifas, e tendo em conta o aumento do preço do combustível nos últimos anos, mas acontece agora “por orientações” do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).
“Compreenderão que produzir energia com o consumo todo diário que temos de gasóleo e vender a energia ao preço que vendemos, ela não é sustentável […] seria completamente insustentável e ninguém faria um negócio dessa natureza”, sublinhou Raúl Cravid.
A actualização das tarifas também visa a garantia da sustentabilidade da EMAE, que tem sido apontada como uma empresa falida financeiramente.
“Os que conhecem o custo de produção de electricidade sabem que a Emae é uma empresa a este ritmo falida, insustentável. Bem, fazemos o quê? O que é que vamos fazer se continuarmos nesse ritmo? Corremos o risco, daqui a mais algum tempo, não ter sequer dinheiro para poder comprar o gasóleo.”, apontou Raúl Cravid.
O director-geral da Emae defendeu a necessidade de se apostar na “produção de energias renováveis, energias limpas”, nomeadamente as fotovoltaicas e hidroeléctrica para aumentar a produção de electricidade, “não dependendo muito do gasóleo”.