“O petróleo constitui hoje mais de 95% dos nossos recursos de exportação e mais de 60% das receitas tributárias do pais. Queremos acabar com esta grande dependência do petróleo e edificar em Angola uma economia forte e mais sustentada”, palavras de Manuel Nunes Júnior hoje, durante o Fórum Portugal- Angola a decorrer no Porto e sob o mote “Construir Relações Sólidas”.
O ministro do Estado e das Relações Económicas de Angola reiterou que não pode ficar dependente de um produto cujo preço não controla e apelou ao investimento português, uma vez que “o sector empresarial é dinâmico, com uma presença internacional relevante em mercados muito competitivos. Por esta razão, as parcerias de empresas angolanas com empresas portuguesas em determinados sectores, podem oferecer boas oportunidades para terem uma boa prestação em outros mercados e contribuir para a diversificação das exportações do nosso pais”.
O governante fez ainda uma retrospectiva sobre o actual estado da nação, acentuando que “depois de 5 anos consecutivos de recessão económica, Angola voltou a crescer em 2021, com uma taxa de 1, 1 %. Nesse ano o sector petrolífero teve um crescimento fortemente negativo de 11,2%. Em 2022, a tendência de recuperação da economia foi consolidada. Estimativas preliminares indicam que o PIB o ano passado terá crescido em torno de 3,05%, com o sector de petróleo e gás a crescer 0,5% e o sector não petrolífero a crescer 3,9%”.
Face à previsão de crescimento de 3,3% para o ano em curso, e em que o sector petrolífero poderá crescer mais lentamente do que o não petrolífero, esta poderá ser uma trajectória “positiva” , mas “a estabilidade macroeconómica conseguida em Angola não e uma condição suficiente para o desenvolvimento do país. É apenas uma condição necessária para restaurar a confiança dos agentes económicos, para promover o crescimento económico e para intensificar o esforço no sentido da diversificação da nossa economia”.
Para Manuel Nunes Júnior, “a estes avanços na gestão macroeconómica devem associar-se as medidas que têrn sido tomadas no sentido de instaurar em Angola um verdadeiro Estado de Direito em que ninguém esteja acima da Lei. Estamos conscientes de que sem instituições fortes e credíveis não poderemos ter em Angola um processo de desenvolvimento que seja sustentado e sustentável e capaz de dar ao povo os padrões de vida que sejam compatíveis com a riqueza que é produzida no pais”.
.