O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou esta semana, em Nova Iorque, que o apoio que Moçambique está a receber no combate ao terrorismo é um exemplo de como África pode resolver os seus problemas, mas apontou que as forças no terreno precisam de financiamento.
“Esta experiência pioneira de combinação de intervenção bilateral e multilateral é também exemplo de resolução de problemas africanos, antes por próprios africanos. Contudo, a questão que se coloca é a necessidade de apoio substancial a estes países que de forma directa e interventiva combatem connosco o terrorismo em Moçambique, de modo a tornar sustentáveis as operações ainda em curso”, disse Nyusi, ao intervir na 78.ª sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Na província de Cabo Delgado, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique combatem o terrorismo – em ataques que se verificam desde outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projectos de produção de gás natural na região – , desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
“Temos estado a alcançar sucessos visíveis no terreno, apesar de os terroristas continuarem a criar terror e medo de forma esporádica em aldeias isoladas. Com a melhoria da ordem e da tranquilidade as populações têm estado a retornar em massa para as suas zonas de origem, recomeçando a sua vida com normalidade”, assegurou o chefe de Estado moçambicano.
O conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
“Neste momento, o desafio é a reconstrução das infra-estruturas e a consolidação da coesão social”, apontou Filipe Nyusi, que pediu o apoio internacional neste processo.