O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou estar “de braços abertos” para ajudar o futuro Governo do país “desde que não se confunda quem é o chefe”.
Questionado sobre a convivência com o futuro Governo, que não será dos partidos que apoiaram a sua candidatura a Presidente, Umaro Sissoco Embaló disse que será a primeira vez que o país vai viver aquela experiência.
“Até é uma experiência boa. Por isso é que logo depois de ter recebido os resultados eleitorais fiz uma comunicação à Nação”, disse o Presidente guineense, em entrevista à Lusa.
Na declaração em causa, o chefe de Estado guineense recuou politicamente e disse estar disposto a nomear primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e da coligação Plataforma Aliança Inclusiva – Terra Ranka, que venceu as legislativas de 04 de Junho com maioria absoluta.
“Agora, o Presidente da República é Presidente da República, Governo é Governo, há separação de poderes, mas há um que é responsável perante o outro. Quando isso não se confunde, há coabitação, mas quando se confunde é um bocado complicado. O Presidente da República é o chefe, não é porque eu sou o Presidente da República, mas quem é o chefe é o Presidente da República”, afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O Presidente guineense defendeu que a Constituição do país é semi-presidencialista de pendor presidencial e “dá muitos poderes ao Presidente da República”, referindo que não é igual à Constituição portuguesa ou de São Tomé e Príncipe, por exemplo.
“Se o primeiro-ministro for inteligente, há uma boa coabitação, porque sabe quem de facto é que pode meter as ‘minas’, o que não é a minha intenção”, afirmou Umaro Sissoco Embaló.