O Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, encontra-se desde a manhã desta Quinta-feira, 14, na capital chinesa, Beijing, para uma visita de Estado de três dias, com a estratégia para as relações futuras entre os dois países no centro do encontro que o estadista manterá amanhã, Sexta-feira, com o seu homólogo, Xi Jinping.
A deslocação de João Lourenço à China surge em resposta a um convite feito pelo Presidente chinês. Prevê-se que durante a estadia do Presidente angolano na China sejam assinados vários protocolos de cooperação, com destaque para um acordo na área da agricultura que deve acontecer no decorrer do Fórum de Negócios Angola-China, programado igualmente para Sexta-feira, na cidade de Beijing.
A informação foi avançada à imprensa, na última Quarta-feira, pelo presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Luís Cupenala, à margem de um encontro preparatório do referido encontro de negócios, que serviu para alinhar os pontos estratégicos da cooperação no sector da agricultura.
O encontro juntou investidores e técnicos dos dois países, alguns deles já com investimentos concretos em Angola.
“Este é um dos momentos-chave desta visita de Estado do Presidente da República, João Lourenço”, na ocasião, disse Luís Cupenala, acrescentando que o fórum visa o reforço da cooperação bilateral e estratégica entre os dois Estados.
O presidente da Câmara de Comércio Angola-China apontou ainda que os dois países devem virar as baterias para outros mercados e sectores, como a agricultura, “onde são necessários grandes investimentos”.
Por sua vez, o presidente do conselho da administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), Arlindo Rangel, referiu que a diplomacia económica tem na segurança alimentar o expoente máximo.
O líder da AIPEX ressaltou ainda que o chefe de Estado angolano é o maior promotor da captação de investimentos para Angola, sendo, por isso, “necessário fazer a viragem e começar a dizer para o mundo, em particular para a China, que Angola pretende dar grande atenção à segurança alimentar”.
Angola e China são parceiros estratégicos, com relações político-diplomáticas e de cooperação que conheceram um assinalável incremento desde 2000.
Nos últimos anos, a parceria entre os dois países tem sido alargada para vários domínios fora do petróleo, o que tem atraído vários investidores chineses para as zonas de exploração agrícola.
Recorde-se que as trocas comerciais entre Angola e a China registam um decréscimo de 20% em 2023, comparativamente a 2022, resultado influenciado pela crise financeira mundial.