O Presidente angolano, João Lourenço, encorajou este Domingo, 27, São Tomé e Príncipe a dar dar continuidade às acções que o seu país realizou durante o seu mandato na presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Segundo João Lourenço, que discursava na abertura da 14ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, o objectivo é concretizar alguns dos objectivos que consistem na revisão dos estatutos da CPLP, no lançamento das bases para a expansão do mercado intercomunitário e na promoção de iniciativas que visam o reforço da cooperação económica ao nível dos Estados-membros.
“Importa referir um conjunto de iniciativas que foram levadas a cabo, de entre as quais quero destacar a reunião conjunta dos Ministros da Economia, Comércio e Finanças da CPLP, o Fórum das Agências de Promoção do Comércio e Investimento da CPLP, o 8.º Encontro da Rede Lusófona da Concorrência, promovido pela autoridade reguladora da concorrência da República de Angola e o diálogo sobre pequenos negócios e empreendedorismo da CPLP”, apontou.
Todas essas iniciativas, disse o estadista angolano, tinham por finalidade “dar passos em frente” no caminho que se tem vindo a percorrer para ampliar e reforçar a cooperação entre os Estados que compõem o bloco lusófono, de modo a dar sustentabilidade à implementação da ideia que dá forma e conteúdo ao pilar económico.
“Somos uma associação de países e povos com muitos aspectos em comum, que não se circunscrevem apenas à língua e que se estendem mesmo à nossa maneira de estar e de olharmos para o mundo.”
Ao nível do Secretariado Executivo, informou o chefe de Estado, foi criada a Direcção dos Assuntos Económicos e Empresariais, que terá por função cuidar da definição de políticas e planos de acção que visam dar suporte à concretização do 4.º objectivo geral da organização.
“Somos uma associação de países e povos com muitos aspectos em comum, que não se circunscrevem apenas à língua e que se estendem mesmo à nossa maneira de estar e de olharmos para o mundo. Acreditamos, assim, que estes factores convergentes devem ser potenciados para eliminarmos as barreiras ainda existentes na prática e que dificultam a cooperação económica entre os nossos países”, sublinhou Lourenço.
Para o Presidente de Angola, parece evidente que tal objectivo será mais facilmente concretizado se se agir conjuntamente, por forma a mobilizarem-se recursos financeiros e materiais que permitam os países-membros “a crescerem juntos como comunidade solidária e com um espírito de uma verdadeira irmandade de Estados”.
Entretanto, defende João Lourenço, tal só será possível caso se consiga, “de facto”, assegurar uma mais fácil mobilidade dos nossos cidadãos no espaço CPLP, de forma legal, por via da supressão ou da simplificação do processo de concessão de vistos de entrada nos respectivos países, aos cidadãos que preencham os requisitos que venham a ser estabelecidos.
“Foi criada uma grande expectativa junto das nossas populações com o anúncio da aprovação do Acordo sobre Mobilidade na CPLP, mas a realidade está ainda longe de corresponder à vontade expressa, situação que nos compete corrigir”, lamentou o chefe de Estado angolano.