O Presidente de Angola, João Lourenço, afirmou esta Quarta-feira, em Luanda, que o país conseguiu reduzir consideravelmente a importação de carne bovina, que consumia todas as divisas.
Ao discursar na abertura do Conselho da República, o chefe de Estado disse que tudo deve ser feito para reduzir também a importação de carne suína e de frango através do aumento da produção interna.
João Lourenço garantiu que os fertilizantes e vacinas para o gado bovino, suíno e aves poedeiras e de corte deixarão de ser importados na sua totalidade, com o arranque para breve da indústria de fertilizantes do Soyo e do centro de vacinas do Huambo, com previsão de conclusão dentro de três anos.
Entretanto, em parceria com o sector privado, segundo prosseguiu, o Executivo está apostado em promover a construção de matadouros, plataformas logísticas, unidades de descasque de arroz e trigo e de silos de armazenamento, não só ao longo do Corredor do Lobito, mas também em locais estratégicos do país já definidos, para absorver a produção nacional de cereais e grãos como o milho, o arroz, o trigo, o sorgo e a soja.
“A nossa ambição é a de ver os produtos da cesta básica e da reserva estratégica alimentar constituídos essencialmente por produtos produzidos, transformados e embalados localmente”, acrescentou.
Segundo João Lourenço, os grandes projectos de infra-estruturas que estão a ser construídos hoje na província do Cunene, o do Cafu, do N’Due, do Calucuve e da Cova do Leão e amanhã no Namibe e na Huíla, no quadro do Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola (PCESSA), não se destinam apenas a salvar vidas no sentido de matar a sede das pessoas e do gado, são infra-estruturas hidráulicas que devem servir para promover a produção em larga escala de alimentos e de peixe nas suas gigantescas albufeiras e extensos canais.
“Para melhor se entender, estamos a falar de uma capacidade total de armazenamento de 1.896 milhões de metros cúbicos de água e de 440 quilômetros de canais no conjunto dos quatro já citados projectos, que a província vai passar a beneficiar quando no próximo ano se concluir o último”, precisou.
Para chefe de Estado, o sucesso da luta contra a fome e a pobreza não depende do aumento das importações ou da política fiscal e cambial, depende sobretudo do aumento da oferta dos produtos alimentares produzidos pela economia nacional.
“Portanto, o segredo é trabalharmos mais e com melhores práticas de cultivo para conseguirmos tirar o maior rendimento possível por hectare”, considerou.