O presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, encorajou, nesta Terça-feira, o Rei de Espanha, Filipe VI, a incluir na agenda de prioridades do mandato do seu país que se avizinha na presidência rotativa da União Europeia (EU), o apoio e financiamento às economias africanas.
Discursando no Palácio da Cidade Alta, durante a cerimónia de condecorações, no âmbito da visita de Estado do casal real espanhol a Angola, João Lourenço aproveitou a ocasião para apelar a Espanha, que vai assumir no segundo semestre do ano em curso a presidência rotativa da EU, “a olhar mais para as economias africanas, que carecem de recursos para ultrapassar as persistentes dificuldades que enfrentam, agravadas pelas consequências resultantes da pandemia da Covid-19”.
O Chefe de Estado angolano considerou “satisfatória” a presença dos monarcas espanhóis a Luanda, por se tratar da primeira visita destes a um país da África Subsaariana, um facto que no seu entender “reflecte a relevância que é atribuída às relações diplomáticas, económicas, comerciais, culturais e científicas existentes entre os dois países”.
Como reconhecimento do contributo no reforço das relações de amizade e cooperação económica crescente entre Angola e o Reino de Espanha, o Presidente angolano, decidiu distinguir o casal real espanhol com a outorga da mais alta distinção angolana, a ordem Agostinho Neto. Em acto recíproco, o rei Filipe VI condecorou o Presidente João Lourenço com a Ordem Grande-Colar de Espanha, tendo distinguido também a Primeira-dama da República de Angola, Ana Dias Lourenço, com a Ordem de Mérito Grande-Cruz.

O líder angolano referiu que a vista de Estado à capital angolana dos reis de Espanha “eleva a um patamar mais alto” as relações entre a República de Angola e o Reino de Espanha, “que se tem edificado de forma sólida e consistente”, através de uma comunicação regular entre entidades de diferentes níveis dos dois países. “Esse facto favorece a concretização dos objectivos traçados para alcançarmos níveis de excelência nas nossas relações”, enfatizou o estadista.
Segundo João Lourenço, foi registado com agrado a intensificação das relações no domínio empresarial, nas últimas décadas, consubstanciada num aumento da presença de empresas espanholas no mercado angolano, o que, explicou, permitiu traçar novas prioridades estratégicas, a fim de se dinamizar as parcerias e se obterem maiores benefícios da relação bilateral, que acabo de ser reforçada com a assinatura de três “importantes” instrumentos jurídicos.
“O destaque recai em todo contexto às realizações concretas e bastantes importantes, levadas a efeito por empreendedores espanhóis que têm contribuído de forma apreciável para o desenvolvimento de Angola”, particularizou João Lourenço, para mais adiante realçar o investimento que tornou possível a construção da Universidade Internacional do Cuanza (UNIC), na província do Bié.
O Presidente deu nota também da existência em Angola de grandes potenciais de diversos recursos que estão disponíveis para os empreendedores espanhóis interessados em realizar negócios no país, à semelhança do que vem acontecendo com investidores de outras paragens do mundo que, realçou, não quiseram perder as oportunidades de melhor ambiente de trabalho que Angola oferece.
*Luzia dos Santos