O fundador do Observatório de Língua Portuguesa (OLP), Francisco Ramos, considera que o português será mais falado em África do que no Brasil, futuramente, porque o continente africano é demograficamente mais jovem e está em expansão.
Para Francisco Ramos, o português é uma língua estratégica de comunicação internacional e classifica-a como sendo a quarta língua estratégica mais utilizada — atrás do inglês, mandarim e espanhol — muito graças ao Brasil e a África, cujo crescimento se vai acentuar nos próximos anos.
“O futuro está nas pessoas, nos jovens, por isso está em África, que tem uma população jovem e em crescimento demográfico. Assim como Angola e Moçambique acompanham estes fenómenos, vão impulsionar o número de falantes de língua portuguesa, sendo que essa já é a mais falada no hemisfério sul”, disse o fundador do Observatório da Língua Portuguesa.
De acordo com Francisco Ramos, ter vários modos de se falar a língua é uma vantagem, mas o sistema educativo deve ser reforçado nestes países, “cujo crescimento é muito grande”, pois “é com a educação formal de cada país que se pode impor uma correção linguística, que é fundamental”.
Todavia, referiu que como segunda língua o português não tem uma grande expressão e que só “as línguas maternas são produtoras de cultura”.
“Nós, de uma maneira simples, pretendemos fazer ‘lobbying’ [influenciar]. Nós não somos especialistas, nós socorremo-nos de especialistas, procurando o que há de melhor, e, para isso, temos acordos com a agência Lusa, que é fundamental para uma boa informação sobre a língua portuguesa, e com grandes empresas, nomeadamente a Priberam”, disse.
Além das parcerias com empresas, conta também com a ajuda de “comentadores residentes”, como o escritor e professor na área dos Estudos Portugueses Onésimo Teotónio Almeida e o professor Marco Neves, perito na promoção e divulgação de curiosidades da língua nas redes sociais, e com especialistas que trabalham para a correção e o uso correto da língua portuguesa.