A população guineense vai ter, pela primeira vez, resposta para problemas de saúde renais, sem ter que viajar para o estrangeiro, com a abertura do primeiro centro de hemodiálise da Guiné-Bissau, anunciou o Presidente, Umaro Sissoco Embaló.
O chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, visitou o novo espaço instalado no principal hospital da Guiné-Bissau, o Simão Mendes, e que disponibiliza na abertura, apontada para o final de Janeiro, cinco cadeiras para diálise.
O objectivo é aumentar a resposta com mais dez cadeiras até ao final do ano, segundo o Presidente, que considerou “uma vergonha”, a Guiné-Bissau não ter um centro de hemodiálise em 51 anos de independência.
O primeiro da história do país está pronto com “equipamento de ponta” e técnicos com formação específica, salientou, agradecendo ao rei de Marrocos o apoio disponibilizado para o projeto.
O Presidente indicou que a ideia é, também, tentar instalar este serviço nas grandes regiões do país, até ao final do ano, e ainda que será instalado outro centro no Hospital Militar, também em Bissau.
“Temos que ter porque é lamentável termos pessoas que vão a Ziguinchor [Senegal] fazer diálise, temos entes queridos que estão em Portugal que não podem vir à Guiné”, observou.
O chefe de Estado guineense acredita que este equipamento vai “poupar muitas vidas” e exortou os agentes hospitalares a “tomar conta destas máquinas como própria vida” porque “vão salvar muitas vidas”.
O Estado guineense, segundo disse, também vai poupar dinheiro com menos deslocações de doentes ao estrangeiro. Sissoco Embaló reconheceu que ainda há muito a fazer na área da saúde na Guiné-Bissau e, quando questionado pelos jornalistas sobre o custo do acesso aos cuidados, afirmou que o Estado vai continuar a comparticipar, mas os doentes também.
“Em toda a parte do mundo as pessoas pagam escolas, pagam hospitais, pagam impostos religiosamente. Nós ainda estamos a viver na era do comunismo, aqui, escola grátis, hospital grátis, a população não paga impostos”, afirmou o Presidente, citado pela Lusa.