A polícia de Moçambique recorreu a disparos e gás lacrimogéneo para afastar um grupo de manifestantes que contestava, a posse do actual Presidente da República, Daniel Chapo.
Os manifestantes actuavam cerca de 300 metros do local da investidura, no centro de Maputo, empunhando cartazes de apoio ao candidato presidencial Venâncio Mondlane, insistia em concentrar-se em frente ao Banco de Moçambique, bloqueados pela polícia.
Dezenas de polícias, militares e equipas cinotécnicas impediam os manifestantes de se aproximarem da Praça da Independência.
A intervenção da polícia foi sentida no local da tomada de posse e no final da cerimónia, novos disparos, para desmobilizar grupos de manifestantes, foram ouvidos no centro da cidade, enquanto os convidados deixavam a Praça da Independência.
“Viemos aqui para assistir à tomada de posse do Presidente eleito pelo Conselho Constitucional. Quando chegamos aqui vimos que a polícia está a barrar, que lá não podemos chegar. Que Presidente é esse que não deixa o seu povo, que o elegeu, ir aplaudir”, ironizou Francisco Daniel, um dos manifestantes, pouco antes da carga da polícia, que afastou o grupo do local pelas ruas da baixa da cidade.
“Agora estamos a ter dois presidentes (…) Há um regime com o seu Presidente e há um Presidente do povo, Venâncio Mondlane”, acrescentou, enquanto era audível a cerimónia de posse que decorria em simultâneo, ao lado.
As forças de segurança moçambicanas, segundo a Lusa, já tinham dispersado, à bastonada, outro grupo de dezenas de manifestantes que gritavam “Mondlane”, também a cerca de 300 metros do local onde o novo Presidente tomou posse, no centro da capital.
Os manifestantes, organizados em diferentes grupos, gritavam ainda “Salve Moçambique” e entoavam o hino moçambicano, afirmando que pretendiam assistir à tomada de posse, mas foram impedidos pela polícia.