Os participantes do “Business and Breakfast”, evento centrado na procura de caminhos para melhorar ou no mínimo encurtar a jornada do paciente hospitalar, realizado nesta Sexta-feira, em Luanda, foram unânimes em considerar “importante” o uso da tecnologia no sentido de empoderar as pessoas e permitir que melhore o atendimento que recebem”.
“Tecnologia que tem em conta as pessoas, já que não há sucesso no uso de qualquer tecnologia sem que as pessoas saibam usar, e se sintam confortáveis com a mesma”, apontaram alguns dos principais players do sector da saúde em Angola que participaram do debate.
No evento organizado pela E&M e a TIS, ficou evidente que um bom exemplo dessa necessidade de alinhar os adventos tecnológicos aos recursos humanos vem mesmo de Angola, “onde se chegou-se a instalar e usar meios tecnológicos no sentido de facilitar o funcionamento e gestão das instituições de saúde, como o caso dos hospitais Josina Machel e da Pediatria de Luanda”.
No entanto, lamentam os participantes do encontro, “a resistência e a incapacidade para trabalhar com os instrumentos, levou ao insucesso da experiência e consequente recuo”.
“É preciso alinhar tudo”
Se por um lado foram todos convergentes na ideia de que só vale comprar tecnologia hospitalar, que é cara, se ela de facto ajudar, por outro, saltou à vista a visão do gestor da International SOS, Alexandre Azevedo, que disse que a tecnologia pode sim ser uma ferramenta útil e fundamental para a melhoria da jornada do paciente e até da interação entre a unidade hospitalar e o mesmo, “mas só vai de facto resultar em melhoria palpáveis quando se conseguir fazer com que tudo funcione em conjunto”.
Alexandre Azevedo explicou que não basta que se tenha tecnologia. “Ela não resolve o verdadeiro problema quando não se tem medicamentos fiáveis e somos obrigados a recorrer a medicamentos de qualidade questionável”, apontou como exemplo.
O interlocutor que entende ser preciso “alinhar tudo”, apontou também para o facto de só ser útil usar a tecnologia quando ela passa a fazer sentido e a trazer vantagens às pessoas, garantindo que, na International SOS, fazem sempre questão de após verificarem, por meio da tecnologia, qualquer falha ou demora, algo anormal num atendimento, ligar ao utente e tentar perceber o que aconteceu. “Só isso, já faz com que o utente se sinta valorizado e que vale a pena a tecnologia”, considerou.