O CEO da Petroangola, Patrício Quingongo, adianta à FORBES que a conferência visa auxiliar o desenvolvimento das infra-estruturas industriais e a capacidade técnica das empresas e profissionais angolanos na indústria de petróleo e gás, assim como a criação de políticas que objectivam a promoção do conteúdo local e a diversificação socioeconómica do sector petrolífero angolano.
O evento será realizado anualmente e poderá servir como palco principal para a criação de políticas que favoreçam o conteúdo local, assim como permitir que as empresas possam fazer a apresentação dos seus produtos e serviços a um público pré-seleccionado.
A conferência sobre Conteúdo Local vai contar com a presença de mais de 25 prelectores, profissionais da indústria de petróleo e gás do país bem como com a presença de algumas individualidades internacionais.
Entre vários temas, destacam-se a importância do conteúdo local, prestação de serviços, angolanização e ensino de petróleo e gás bem como exploração petrolífera.
Para o também engenheiro e especialista em petróleo e gás, Patrício Quingongo, o mercado mundial encontra-se extremamente volátil devido aos efeitos negativos causados pela pandemia Covid-19.
“Houve uma forte redução da procura por petróleo e isso provocou um declínio acentuado nos preços do petróleo em mais de 40%”, esclarece.
Questionado sobre o estado actual do sector, afirma que Angola está a sofrer simultaneamente pela baixa da produção e a queda dos preços do barril de petróleo.
“A produção petrolífera angolana encontra-se em declínio acentuado na ordem dos 15% por ano, e isso tem afectado negativamente os cofres do Estado. Também fomos forçados a revisar o Orçamento Geral do Estado devido à baixa do preço do petróleo, de modo a melhor adequar as nossas contas face às incertezas do mercado petrolífero”, reforça.
Considera ainda que a estratégia lançada pela Agência Nacional de Petróleo Gás e Biocombustível (ANPG), que visa travar a queda da produção e aumentar as reservas petrolíferas, é a mais acertada em conexão com a licitação de mais blocos petrolíferos e o desenvolvimento dos campos marginais que vão trazer um alívio generalizado à indústria petrolífera nacional nos próximos anos.