A falta de uma lei específica, de segurança, a redução do custo do serviço e a aceitação do conceito de negócio são algumas preocupações das empresas proprietárias dos aplicativos dedicados ao transporte de pessoas e bens e entrega de refeições em Angola.
A Tupuca, por exemplo, a primeira plataforma online de comércio electrónico e entrega no país, tem procurado encontrar soluções para que o serviço alcance o maior número de pessoas. “Ainda temos productos com o custo muito elevado, porque somos simplesmente um intermediário. Nós temos que garantir que a nossa solução possa servir a população toda, sem discriminar a classe social”, disse o director executivo da empresa, Erickson Mvezi.
Entretanto, o gestor adianta que o maior impacto que a Tupuca teve no país, desde a sua criação em 2015, foi trazer muitas pessoas da economia informal para a formal. “Conseguem pagar os impostos, ter acesso a uma conta bancária, a um telemóvel e começam a pensar diferente”, referiu o também fundador da Tupuca.
Outra plataforma, mas de transporte de pessoas e bens, que também está a contribuir para a “formalização da economia” é a Heetch. Criada em França, actualmente presente em 8 países, incluindo Angola, o aplicativo está a oferecer a muitos jovens no país a oportunidade de ter uma renda semanal, usando o próprio veículo.
“Nós somos actores que criam cidadãos que pagam mais impostos. Trazemos pessoas da economia informal para a formal”, disse o Gestor de Marketing da empresa, Sandro Briffe. O responsável apontou a segurança das plataformas, a manutenção do grau de exigência e a falta de uma lei específica para regular o sector como algumas das dificuldades que enfrentam.
Por sua vez, o administrador da T´Leva, Manuel Santa Clara, aponta a aceitação do conceito do negócio por muitos jovens como o principal entrave com o qual a empresa tem que lidar. “Ainda há muito cepticismo por aí”, adianta o gestor do aplicativo de mobilidade urbana em Angola, lançado em 2019,
Manuel Santa Clara adianta que a empresa confia nos seus parceiros para a divulgação das vantagens do negócio. “Os nossos motoristas são os nossos principais promotores. São a cara do negócio, são eles que informam aos clientes e espalham a informações em diversos locais”, referiu.