No seu regresso à actividade, depois de estar parada por longos meses, a gestão da Cabo Verde Airlines anunciou, esta Quinta-feira, 30, que vai integrar no seu plano de voos cinco rotas, além das já programadas de Praia–Lisboa, com a cidade de Boston, nos Estados Unidos da América (EUA), incluída na grelha de viagens.
A estratégia deve ser suportada com a aquisição de mais duas aeronaves, cujas especificações não foram avançadas, mas que deverão seguir para destinos de longo curso, tudo isto no próximo ano, de acordo com o plano de retoma da companhia, apresentado pela administração aos accionistas em assembleia-geral extraordinária, realizada na Quarta-feira.
Pela voz da presidente do seu conselho de administração, Sara Pires, a previsão é de “uma retoma dos voos muito tímida”, nas rotas Praia–Lisboa, que acontece na Segunda-feira, precisamente no terceiro dia de 2022. Para Fevereiro, a companhia prevê retomar as ligações nas rotas Lisboa–Mindelo (em São Vicente) e Lisboa–Sal, prevendo voar entre Praia e Boston (Estados Unidos) no segundo trimestre do próximo ano.
Também para 2022, Sara Pires projecta que a transportadora de bandeira cabo-verdiana pretende retomar ligações a Paris e ao marcado brasileiro, numa estratégia da empresa que retomou as operações com um avião, com duas ligações semanais Praia–Lisboa, mas que prevê já introduzir um novo aparelho no segundo trimestre do próximo ano e até final de 2023 ter três aviões a voar com as suas cores.
Apesar da boa vontade da administração, a gestão da companhia admite que todo este plano de retoma está condicionado pela situação da pandemia da Covid-19, neste momento, com aquilo que Sara Pires designou por “recrudescer” de casos novos, não só em Cabo Verde, mas um pouco por todo o mundo.
“É uma preocupação de todas as companhias aéreas, mesmo sem o fecho das fronteiras. A pandemia tem ditado vários constrangimentos na companhia. Prova disso foi o voo inaugural que teve um atraso de três horas, precisamente porque um membro da tripulação testou positivo”, salientou a gestora, citada pela Lusa.
No caso da testagem da Covid-19 que resultou em positivo, a companhia teve que substituir toda a tripulação e em tempo recorde conseguir reunir uma equipa de sete pessoas, que se deslocou de Madrid para Lisboa, e assim viabilizar o voo.
“São questões que nós vamos ter que enfrentar no dia-a-dia desta retoma das operações. Temos é que estar bem organizados e ter sempre um plano B para determinadas questões. Não tendo um plano B, poder sempre conseguir corrigir e gerir estas situações de forma rápida e comunicando sempre aos passageiros as alterações”, frisou.
Actualmente, a Cabo Verde Airlines opera com 229 trabalhadores, que, segundo a sua PCA, estão “expectantes e animados” com a retoma, 19 meses depois.
Além do plano de retoma e estabilização 2022-2023, que foi aprovado por unanimidade, foram também aprovados os relatórios e contas de 2018 e 2019, os respetivos resultados, a gestão e fiscalização, alteração dos estatutos e substituição da presidente da mesa da Assembleia-geral.
A data da retoma dos voos coincidiu com o 63.º aniversário da companhia aérea cabo-verdiana, que nesta fase está a vender bilhetes apenas através do seu site www.caboverdeairlines.com.