Um grupo de piratas da internet encetou, em 2021, mais de 30 mil tentativas de ataques aos servidores da Unitel, maior operadora angolana de telefonia móvel, entretanto, todas as acções foram identificadas e prevenidas pela empresa, revelou o seu administrador, Amílcar Safeca.
Ao todo, foram identificados e prevenidos 30.418 ataques cibernéticos no ano passado, numa média de 2.535 tentativas de ataques por mês, pelo que a operadora viu-se obrigada a desenvolver 15 acções para prevenir ataques.
Amílcar Safeca não esconde que os ataques cibernéticos “continuam a ocorrer”, mas, no caso específico da Unitel, “não são bem-sucedidos porque foram “identificados e bloqueados” pelos sistemas da empresa.
“Mas, estes números, no fundo, atestam a apetência e a exposição das organizações em Angola aos ataques cibernéticos, ou seja, quem achar que não esteja a ser objecto de ataque provavelmente está a cometer um erro de avaliação”, disse, citado pela Lusa.
Amílcar Safeca falava numa conferência sobre “Integridade, Ética e Cibersegurança: Desafios e Oportunidades”, onde deu conta que a sua administração definiu um programa de segurança da informação, com 15 iniciativas, para potenciar o aumento da sua maturidade de segurança e prevenir ataques.
O modelo de governação da segurança da informação, programa de gestão de fornecedores e o programa de gestão da identidade e acesso estão entre as 15 iniciativas da empresa enquadradas no programa de segurança da informação.
“Estas 15 iniciativas cobrem a Norma Internacional de Gestão da Segurança da Informação”, assegurou Amílcar Safeca, num painel sobre a cibersegurança no âmbito da conferência promovida pela Ernest Young (EY).
Um relatório sobre a cibersegurança em Angola referente a 2020 foi apresentado no encontro pelo sócio-gerente e responsável pelos serviços de cibersegurança da EY Angola, Sérgio Martins.
Segundo o estudo, as organizações angolanas estão a investir em iniciativas tradicionais em detrimento de novas iniciativas. As prioridades de investimento de muitas das equipas de cibersegurança em Angola, sublinha o relatório, demonstram que ainda existe um grande trabalho pela frente para implementar a segurança na fase de conceptualização.
Actualmente, 62% das organizações em Angola investem em cibersegurança com o objectivo de reduzir o risco, valor superior em 14% comparativamente com os resultados globais, indica o relatório da EY.