Apesar de não ter revelado os prazos de arranque da exploração, a petrolífera Exxon Mobil disse recentemente ao Presidente de Moçambique que poderá avançar com a captura de carbono em naquele país, para tornar mais limpo o projecto de gás no país.
A petrolífera pretende “aproveitar o momento para fazer ajustamentos ao projecto no sentido de responder a requisitos de captura de carbono, apesar de o gás de Moçambique ser dos que têm menores níveis de emissões”, destacou o ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Max Tonela.
Segundo o governante, citado pela Lusa, “por enquanto há questões que ainda estão a decorrer com vista à redução de custos da empreitada”. Isto, diz, “vai permitir simultaneamente uma redução de custos e tornar o projecto mais competitivo e alinhado com compromissos internacionais de que o país é signatário, ao nível da preservação do clima”.
Ao que se sabe, a situação de insegurança em Cabo Delgado, tem sido o grande entrave para o início de projectos que visam dinamizar a economia do país. Por enquanto “a Exxon Mobil está a monitorizar a situação, à espera que melhore e por agora tudo está “em pausa”, avançou Tonela.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
Segundo a Lusa, dois desses projectos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica, para o exportar por via marítima em estado líquido. Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em março. O outro é o investimento, ainda sem anúncio à vista, liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto, quase concluído e de menor dimensão, pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante que vai captar e processar o gás para exportação, diretamente no mar, com arranque marcado para 2022.