Focado no Campo de Concentração do Tarrafal e na história dos nacionalistas africanos ali encarcerados, a peça “O Campo de Chão Bom” estreia-se, em Fevereiro, em Grândola, distrito de Setúbal (Portugal), numa abordagem multidisciplinar.
Descrito pelo jornal cabo-verdiano Expresso das Ilhas, o texto é inspirado no livro O Diabo foi meu Padeiro, do escritor e músico Mário Lúcio, que terá uma participação especial na peça. Conta a história dos nacionalistas africanos encarcerados no Campo de Concentração do Tarrafal, na Ilha de Santiago, por se oporem ao regime colonialista da ditadura do Estado Novo.
Quanto ao livro que deu ‘corpo’ à peça, é um romance publicado pela editora Dom Quixote, que traz a memória histórica do Campo de Concentração do Tarrafal, agora Museu da Resistência.
Nos 45 anos do encerramento do Campo de Concentração, Mário Lúcio Sousa, nascido no Tarrafal, toma a voz de vários prisioneiros chamados Pedro, chegados em diferentes vagas de Portugal, da Guiné, de Angola e mesmo de Cabo Verde.
Ao relatar a história da prisão do Campo de Concentração e de quem foi dirigindo ao longo dos anos, o romance homenageia simultaneamente os que ali perderam a vida e os que sobreviveram ao horror e ainda os vários modos de falar uma língua que foi, tantas vezes, a que os tramou e a que os viria a salvar.