Numa altura em que o mercado bolsista angolano volta a estar em voga, o presidente da comissão executiva do Banco Angolano de Investimentos (BAI), Luís Lélis, alerta os potenciais investidores a terem cautela, devendo definir antes onde pretendem de facto colocar as suas poupanças.
O gestor que falava à FORBES, à margem da apresentação do Relatório Anual dos Mercados BODIVA de 2020, destacou as vantagens da Bolsa, mas diz ser necessário, enquanto investidores, além de definir onde se pretende aplicar as economias, perceber que o plano de negócios que as empresas apresentam pode não se materializar.
De acordo com Lélis, na decisão de se fazer investimento é importante estudar profundamente a base, o contexto e a estrutura da entidade emitente, bem como olhar para os modelos de governação, perceber os riscos de perder a totalidade do capital investido, uma vez que depois pode não existir recursos.
“Quando se for investir em acções, o básico que se pode fazer é diversificar a carteira por áreas, nomeadamente transporte, agricultura, sistema financeiro, indústria e outros, para que se possa mitigar o risco, ou seja, se correr mal num sector no outro pode correr bem”
Capital do BAI na Bolsa em 2022
Durante a sua intervenção no certame, Luís Lélis anunciou que o banco que dirige prevê abrir o seu capital na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), entre Abril e Maio de 2022, estando para o efeito a preparar uma Oferta Pública Inicial (OPI) para vender entre 5% a 15% das acções.
“O conselho de administração do BAI decidiu já, há seis meses, orientar a comissão executiva do banco no sentido de começar a trabalhar no processo de abertura do capital da instituição em Bolsa”, revela.
O responsável garante que a sua equipa está já a trabalhar neste processo, que deverá ser levado a “apreciação soberana” dos accionistas do banco para decisão final. Lélis diz-se expectante e acredita que a operação venha a ser autorizada.