O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou que as escolas da Guiné-Bissau irão receber uma doação de 2,4 mil toneladas de arroz durante este ano letivo. Esta ajuda faz parte de um apoio mais amplo que inclui 11,5 mil toneladas de arroz destinadas a vários países da África Ocidental para satisfazer necessidades alimentares e nutricionais.
A ONU divulgou que, além da Guiné-Bissau, outros beneficiários na região incluem refugiados no Mali e 107 mil crianças na Mauritânia e Serra Leoa. A nota em que a Lusa teve acesso, destaca que, para complementar a doação, o PAM irá focar na aquisição local de feijão, tubérculos e mais arroz, assegurando o abastecimento alimentar ao longo do ano letivo.
“A distribuição de refeições nas escolas e rações para levar para casa oferece uma rede de segurança para famílias vulneráveis, incentiva a permanência dos alunos na escola e reduz o abandono escolar”, afirma a ONU. No total, o PAM fornece refeições quentes a 180 mil alunos em 852 escolas na Guiné-Bissau, e a nova doação de arroz permitirá cobrir as necessidades alimentares dos centros de ensino guineenses por cerca de seis meses. Este arroz complementará refeições que incluem sardinhas importadas do Japão.
Talismã Dias, especialista do Programa de Cantinas Escolares do PAM, explicou que a inclusão de sardinha nas refeições escolares se deve a limitações locais, como a falta de energia e frigoríficos nas escolas para armazenar peixe fresco. “Em uma Guiné-Bissau com acesso ao mar, a entrega de sardinhas é uma solução viável face à falta de infraestruturas necessárias para conservar peixe fresco”, lamenta.
Esta contribuição surge num contexto de crise climática, conflitos, insegurança e altos custos de combustíveis que tornam os alimentos inacessíveis para milhões de famílias vulneráveis na região. O PAM, na Guiné-Bissau, colabora com 12 cooperativas de pequenos agricultores para adquirir produtos locais e pretende aumentar a produção para atender às necessidades das cantinas escolares e das populações.
*Napiri Lufánia