O entendimento entre todos os Estados-membros sobre a necessidade de se escrever a história da luta de libertação dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) constituiu o ponto mais alto das questões que foram discutidas nesta Terça-feira, na conferência virtual que reuniu chefes de Estado e de Governos da comunidade.
Angola, através do seu Ministro das Relações Exteriores, Téte António, anunciou na ocasião que irá contribuir, já a partir de Maio deste ano, com cerca de um milhão de euros para o projecto da comissão de trabalho dos PALOP, criada para a elaboração da referida história, integrada por especialistas de cada um dos Estados-membros. O objectivo do projecto é preservar o legado histórico ligado à luta de libertação nacional dos PALOP.
O encontro, realizado no âmbito do Fórum PALOP – um mecanismo de concertação daquela comunidade de nações, aprovou também a admissão da República de Timor Leste como membro observador e da República da Guiné Equatorial, antiga colónia espanhola que aderiu à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014, a membro de pleno direito do organismo.
Por outro lado, na vídeo-conferência foi decidida a institucionalização de reuniões ministeriais regulares dos sectores da educação, cultura, ensino superior, ciência e tecnologia do Fórum PALOP. O encontro ficou ainda marcado pela passagem de testemunho de Angola, que até então assumia a presidência rotativa do Fórum, à República de Cabo Verde, para um mandato que se estenderá até ao ano 2023.
Presidente angolano defende mais dinamismos
Discursando na abertura do certame na qualidade de líder cessante da organização, o Presidente angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço, defendeu que os PALOP devem concertar posições para impulsionarem o desenvolvimento em África, sobretudo em áreas como a saúde, educação, defesa e segurança, entre outras.
“Somos países com muitas afinidades e, por isso, devíamos procurar com regularidade, concertar posições que salvaguardem as nossas preocupações e interesses, nos grandes fóruns de organizações internacionais em que participamos, sempre na perspectiva de colhermos resultados que possam acrescentar valor aos esforços que realizamos para impulsionar o desenvolvimento”, referiu.
O chefe do Executivo angolano diz acreditar que se os países-membros da comunidade conseguirem potenciar o uso das capacidades intelectuais e materiais que cada uma das nações possui, estarão em condições de se complementarem em vários sectores sociais e não só.
João Lourenço exortou a unidade, determinação, perspicácia e firme vontade política, de forma a transformar os países-membros em lugares de progresso e bem-estar para todos. sugeriu, por isso, a adopção de posicionamentos estratégicos consensuais sobre questões climáticas, “para evitar a formulação de decisões que condicionem o direito ao desenvolvimento e que afectem as condições favorecidas pela natureza”.
O Fórum PALOP existe desde 2014 e é integrado por Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Principe e Moçambique.