A primeira Cimeira Africana sobre o Clima terminou nesta Quarta-feira, em Nairobi, com um apelo aos líderes mundiais para que apoiem a criação de um imposto global sobre o carbono produzido pelo uso de combustíveis fósseis, aviação e transportes marítimos.
A cimeira terminou com a adopção de uma “Declaração de Nairobi, destinada a concretizar o potencial de crescimento verde do continente, que servirá de base à posição comum de África no processo global sobre as alterações climáticas até à COP28 e mais além”, anunciou William Ruto, Presidente do Quénia, anfitrião do evento.
Os países africanos deixaram ainda um apelo à reforma do sistema financeiro mundial, que lhes impõe taxas mais elevadas ao crédito contraído.
A declaração, apoiada pelos líderes de um continente onde vivem 1,3 mil milhões de pessoas – população que deverá duplicar até 2050 -, apela aos maiores emissores mundiais de gases com efeito de estufa, que provocam o aquecimento do planeta, e aos países mais ricos para que cumpram as suas promessas.
O documento salienta, em particular, a promessa não cumprida pelos principais poluidores e economias desenvolvidas de destinarem 100 mil milhões de dólares anuais aos países em desenvolvimento no domínio do financiamento do clima, feita há 14 anos.
Adoptado por unanimidade, o texto também apela a que a vasta riqueza mineral de África seja processada no continente, observando que a descarbonização da economia global é também uma oportunidade para a igualdade e a prosperidade partilhada.
Os países signatários, diz a Lusa, apelam à comunidade internacional para que ajude a aumentar a capacidade de produção de energia renovável em África de 56 gigawatts em 2022 para, pelo menos, 300 gigawatts até 2030 (…) para combater a pobreza de combustível e reforçar o fornecimento global de energia limpa e rentável.
Propõem, igualmente, o estabelecimento de uma nova arquitetura de financiamento adaptada às necessidades de África, incluindo a reestruturação e o alívio da dívida, cujo fardo pesa fortemente nas respetivas economias.