A coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) disse nesta Quarta-feira estar indisponível para participar em qualquer Governo a ser criado pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, nem para reconhecer o primeiro-ministro desse Executivo.
Em comunicado, assinado por Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que encabeçou a PAI-Terra Ranka, vencedora das últimas eleições legislativas, realizadas em Junho passado, a plataforma criticou a actuação de Sissoco Embaló.
“A coligação PAI-Terra Ranka declara-se indisponível para aceitar a nomeação de qualquer chefe de Governo e respectivos membros que o não sejam por sua indicação e livre escolha, tendo em conta o estatuído na Constituição da República”, lê-se no comunicado.
A PAI-Terra Ranka esclareceu que o Presidente da Guiné-Bissau “persiste em querer pessoalizar o novo Governo e em não respeitar a vontade popular”, em alusão aos resultados das eleições, que venceu.
Entretanto, o Governo hoje empossado integra cinco altos dirigentes do PAIGC, além do primeiro-ministro, nomeadamente Carlos Pinto Pereira, ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Mário Muzante da Silva, ministro das Pescas e Economia Marítima, José Carlos Esteves, ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital e Aly Hizazy, ministro da Administração pública, Emprego, Formação Profissional e Segurança Social.
Umaro Sissoco Embaló nomeou nesta Quartra-feira Rui Duarte de Barros, dirigente do PAIGC e deputado da PAI-Terra Ranka no parlamento, após demitir Geraldo Martins, vice-presidente daquela formação política, com quem, diz o comunicado agora difundido, não alcançou entendimento sobre o formato do novo Governo.
No documento emitido em Bissau, a coligação acusa o chefe de Estado guineense de ignorar os resultados eleitorais e pretender formar um Governo que não respeita o escrutínio.
No dia em que reconduziu Geraldo Martins, segundo a Lusa, Umaro Sissoco Embaló deixou claro que o novo Executivo será da sua exclusiva competência e que o primeiro-ministro apenas lhe deveria obediência a si e não a nenhum partido.