O Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações (PRODESI) é um programa do Governo angolano criado em 2018 com o objectivo de acelerar a diversificação da produção e gerar riqueza, num conjunto de produções com maior potencial de geração de valor de exportação e substituição de importações, designadamente nos sectores: Alimentação e Agro-indústria, Recursos Minerais, Petróleo e Gás Natural, Florestal, Têxteis, Vestuário e Calçado, Construção e Obras Públicas, Tecnologias de Informação e Telecomunicações, Saúde, Educação, Formação e Investigação Científica, Turismo e Lazer.
Visa também corrigir os vários constrangimentos que impossibilitaram o sucesso das iniciativas anteriores do Governo, em particular na definição clara das etapas, do calendário de execução e das responsabilidades e metas, adaptando agora uma coordenação interministerial das várias iniciativas, subprogramas, projectos e actividades numa perspectiva integrada que permita a conclusão das tarefas, a monitoria, a avaliação dos resultados e a respectiva correcção.
Existe há dois anos e hoje, 28 de Dezembro de 2020, foi apresentado o relatório exaustivo sobre os caminhos que o PRODESI percorreu este ano. De uma forma geral, o relatório mostra que este ano o programa do Governo permitiu que mais iniciativas empresariais fossem aprovadas e financiadas pelos bancos comerciais, sendo que os resultados serão conhecidos no curto e médio prazo.
O documento mostra que um total de 661 projectos, avaliados em 476 mil milhões de kwanzas, durante o ano de 2020, representando uma taxa de aprovação na ordem dos 55,1%.
O relatório demonstra ainda que no ano em curso foram submetidos à banca para aprovação 1.199 projectos, encontrando-se outros 191 em negociação.
Dos 1.199, 661 foram aprovados e terão permitido a criação de 54.241 empregos e um aumento do volume de negócios nas empresas na ordem dos 727 mil milhões de kwanzas.
As operadoras de microcrédito, indica o relatório, financiaram cerca de 756 projectos no valor de 1,1 mil milhões de Kwanzas, sendo que a FacilCred financiou 420 projectos, a KixiCrédito, 68; Wiliete Crédito, 184; CooperaFaje, 17; NespeCred, 25; Kif Crédito, 18; MultiCrédito, 14, e a GingaCred, 10.
O relatório destaca que a província do Huambo, detentor de um grande potencial agrícola, com 457 projectos, lidera a lista das regiões com projectos mais financiados, seguida por Luanda com 136, Huíla (70), Benguela (70). Nas posições subsequentes aparecem as províncias do Namibe, Cuanza Sul e Bengo, ambas com seis projectos financiados, Zaire e Malanje com dois, cada, e Bié com um, aparecem como as regiões com menos projectos financiados.
No portal de divulgação da produção nacional, segundo o mesmo relatório, estão registados cerca de 4 mil produtores, sendo que, contrariamente à região que mais terá recebido financiamento, a província da Huíla, com 1.420 produtores registados, é a que lidera a lista das regiões que de facto colocam mais produtos no mercado.
O documento do Ministério da Economia mostra também que os sectores da indústria transformadora, agricultura, comércio e distribuição, indústria alimentar e bebidas, pecuária, pesca continental, pesca marítima e aquicultura são os projectos aprovados que mais empregos geraram este ano.
Para 2021, perspectiva-se a criação, no primeiro semestre, de uma unidade técnica de projectos do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas – INAPEM – para apoiar os empresários no desenvolvimento de planos de negócios e estudo de viabilidade, assim como está prevista a implementação de um novo serviço de apoio ao comércio externo, entre outras acções.