O Aeroporto Internacional António Agostinho Neto, com inauguração marcada para 10 de Novembro, tem capacidade para 15 milhões de passageiros por ano e representa a consolidação de um amplo programa de reformas no sector aeronáutico em Angola, infra-estruturas e logística incluídas.
Esta imponente e estratégica obra vai impulsionar e consolidar as transformações nos sectores aeronáutico, das infra-estruturas, da logística e do turismo de Angola. Há poucos dias para a sua inauguração, as imensas potencialidades do Aeroporto António Agostinho Neto (AIAAN) para o desenvolvimento do país e da região já estão no radar de empresas gestoras de infra-estruturas de dimensão internacional.
Nos últimos anos, profundas reformas económicas em Angola criaram um ambiente de negócios ainda mais atractivo para investidores, nacionais e internacionais, através da flexibilização do regime cambial, com a autonomia do banco central, e a criação de políticas monetárias favoráveis ao investimento e a consolidação do sistema tributário, pilares fundamentais da estabilidade, segurança e protecção jurídica.
No campo dos transportes e da aviação civil, em particular, nos últimos cinco anos, o país implementou reformas profundas que contribuem para o interesse internacional no AIAAN. O país dispõe de uma nova Lei de Aviação Civil e de uma nova Autoridade de Aviação Civil. A transformação da antiga ENANA em duas entidades dedicadas, respectivamente, à gestão da infra-estrutura aeroportuária (SGA, S.A.) e aos serviços de navegação e controlo de tráfego aéreo (ENNA, E.P.), assim como a passagem da TAAG de entidade pública a entidade comercial ou empresarial, fazem parte deste conjunto de políticas que não só colocam a aviação civil nacional nos lugares cimeiros no continente em termos de conformidade com os requisito da ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional), como também capitalizam o AIAAN como infra-estrutura estratégica e de elevada importância para a economia de Angola e da região.
A intermodalidade é uma das prioridades do Executivo, enquadrando-se num amplo programa de investimento na rede nacional intermodal de transportes, com profundo impacto nos subsectores dos transportes ferroviário e rodoviário, sobretudo, e que assegura a ligação terrestre com os principais pontos de exportação e importação intercontinentais, marítimos e aeroportuários.
A construção de um ramal ferroviário que ligará o AIAAN ao centro de Luanda, é um corredor que estará concluído em breve e que conta com quatro estações de caminho-de-ferro, incluindo a Estação Término Ferroviária no Aeroporto. A via dupla para comboios possibilitará a movimentação nos dois sentidos, e o transporte de mais de 5 mil passageiros dia. Sendo a melhor solução de acesso ao AIAAN, percorre um traçado de 51 km desde o Bungo ao Baia-AIAAN, em menos de 1 hora.
Acrescem cerca de 30 projectos de reabilitação e a construção de vias e acessos rodoviários, dez deles prontos para a inauguração, e que irão melhorar a mobilidade e a acessibilidade ao novo aeroporto.
Ambicioso e dinâmico, o AIAAN é já o rosto da verdadeira revolução da rede de transportes e logística de Angola, prevista no Plano Director aprovado em 2020, e que inclui outras infra-estruturas estratégicas como o Corredor do Lobito, um importante factor de integração económica regional gerido por concessão.
Destaque-se também a concessão do Terminal Multiusos do Porto de Luanda. O país disporá ainda das mais recentes concessões das plataformas logísticas do Soyo, Luvo, entre outras. O plano que faz do país e da sua capital o hub, que com a reforma no sector do turismo, com a facilitação de entrada e concessão de vistos para Angola, atrairá milhares de turistas para o sol, as praias, a cultura e a história de Angola.
Quando entrar em operação, o AIAAN terá capacidade para receber até 15 milhões de passageiros por ano, correspondendo a 10 milhões de passageiros internacionais e 5 milhões domésticos.
Com uma área total de 75 km2, equipamentos aeronáuticos de última geração, dezenas de edifícios de apoio e duas pistas, está preparado para acolher a maior aeronave do mundo, o Airbus – A380, e enquadrado numa verdadeira cidade aeroportuária, com zonas de logística, manutenção aeronáutica, hotéis, centros de convenções e áreas de apoio às exportações.
Este hub logístico vai alavancar a livre circulação de mercadorias na região, pela localização estratégica de Angola, capitalizada pelo novo aeroporto, apoiada numa malha rodoviária, ferroviária e portuária interconectada e moderna, e por uma rede de plataformas logísticas de última geração e um clima de negócios favorável. E vai também capitalizar os benefícios continentais da implementação do Mercado Único do Transporte Aéreo em África (MUTAA). Mudanças que alargam o horizonte do país e do continente e que transformam irreversível e positivamente a face do sector da aviação nacional e continental.
Angola cumpre assim o seu futuro. Só temos de pôr o cinto, para que a viagem de sucesso comece!
*Amélia Domingues Kuvíngua, PCA da Administração da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC)