Em termos genéricos a economia é o ramo da ciência humana responsável pelo aproveitamento racional dos recursos disponíveis na natureza, por forma a transformá-los em produtos (bens e serviços) passíveis ao atendimento das necessidades primárias e secundárias dos seres humanos.
Este aproveitamento tem merecido um percurso evolutivo e de aperfeiçoamento ao longo da história, que hodiernamente não se compadece com “ditos & feitos” carregados de conhecimento empírico e improvisos.
Requerem sim, recurso e o concurso à uma amálgama de instrumentos e ferramentas técnicas e científicas comprovadas e aprovadas, cuja implementação “textual” deve ser em conformidade com o “contexto”, que, em decorrência das circunstâncias, estágios e condicionantes como a disponibilidade/acessibilidade, quantidade e da qualidade dos factores e meios de produção, contribuem para a definição do papel dos agentes envolvidos (Estado, famílias, empresas e exterior), estabelecem o modelo, a tipologia, o perfil e a matriz da mesma.
Na perspectiva sistémica e de processo, os factores, meios e agentes que intervêm na economia, devem faze-lo de forma, articulada e sequencial, cada um desempenhando o(s) papel(eis) que se lhes reservam. – Organização
A posição e o papel por estes ocupada e desempenhada, não deve ser vista “fora da caixa” isolada do todo, em “desarmonia com a tonalidade da música a ser executada”. Isto é, o sistema deve perseguir um propósito e cada elemento do sistema e eventuais subsistemas, são vistos como partes fundamentais, estabelecendo entre si relações de intercomplementariedade ao longo da cadeia funcional de que fazem parte, sob pena de provocar estrangulamentos no processo quer à montante, quer à jusante. – Holismo e Teleologia
É verdade que “não se faz omelete sem ovos”. Porém, não é menos verdade que, apenas ovos, não dão lugar à omelete. Da receita à mesa são necessários outros elementos tangíveis e intangíveis, que implicam directa e indirectamente para a sua materialização. As capacidades e habilidades do “maestro”, o fogão, os utensílios de cozinha, os ingredientes auxiliares/complementares, são elementos a considerar na “equação” e que devem desempenhar o seu papel ao longo do processo, no timing certo.
A interecção harmoniosa entre os elementos que constituem o sistema, na forma de inputs e ouputs são determinantes para a consistência e fortalecimento de uma economia. – Sinergia e Equilíbrio
As famílias e as empresas “dispensam” a sua poupança ao serviço do sistema financeiro que deve alocar aos demandantes, que por sua vez investem/produzem/distribuem/comercializam/remuneram para que outros adquiram e consumam. As famílias e as empresas “cedem” parte do seu rendimento na forma de impostos e taxas como contrapartida de acesso aos bens e serviços “terceirizados” por estes.
O sistema deve moldar-se de tal sorte, que se baste por si o mais e melhor possível e na relação com o ambiente exterior, importe o inexistente e o indispensável.
Esta interecção deve suceder na dosagem certa, por forma a evitarem-se distorções e estrangulamentos funcionais, em prejuízo do propósito.
De um modo geral, as economias bem-sucedidas são as compreendidas e implementadas na perspectiva sistémica, em observância aos preceitos e de acordo a realidade objectiva.
Por: Norberto Benjamim – Licenciado em Gestão e Administração