Nas últimas décadas, a principal fonte de rendimento de Angola foi o sector petrolífero. Com as inúmeras crises económicas, o mercado angolano teve a necessidade de se reinventar buscando diversificar outros sectores chaves do país. Em Angola, depois da agricultura, da pesca, do petróleo e dos diamantes, o desenvolvimento da indústria de extração de pedra tem se tornado uma prioridade para o Ministério de Minas.
“A mineração em Angola é uma actividade que sempre teve um grande potencial econômico, uma vez que o país possui um dos maiores e mais diversificados recursos de mineração da África”, afirma Carlota Neto Peio. Os dados mais recentes apontam que em 2016, Angola foi o sexto maior produtor de diamantes a nível mundial e o terceiro em África – com projecção até 2023 – tendo uma produção anual de nove milhões de quilates. Isto deve-se ao aumento dos esforços em atrair investidores estrangeiros e a implementação de importantes reformas a nível regulatório, bem como, na concessão de incentivos fiscais.
Contudo, mesmo sendo o terceiro maior produtor de diamantes em África, Angola só tem explorado 40% dos diamantes, tendo tido dificuldade em atrair o investimento estrangeiro. Por outro lado André Buta Neto, director Nacional dos Recursos Minerais do MIREMPET salientou que “a reestruturação do sector mineiro ao longo dos cinco anos, veio dar maior confiança aos investidores, o que aproximou os grandes ‘players’ da mineração de Angola. Sabemos que o importante não é ter o recurso mineral, mas sim poder explorar esse mesmo recurso, para que, de facto, ele possa vir a fortificar a economia e de uma forma geral, engrandecer economicamente o nosso país.” A atração de investidores é “fundamental para que, de facto, os recursos minerais existentes na terra possam ser utilizados da melhor forma possível”.
Para além disto, os recursos minerais não englobam apenas o sector diamantífero, mas também outros minerais menos explorados. A negligência da vasta diversidade de minerais em Angola tem levado a empresa de consultoria CARLOTA 360º a explorar o potencial do território angolano no mercado mineiro, focando na melhor maneira de posicionar os investidores e favorecer o país. “Identificar oportunidades nesse setor tem sido um desafio promissor, sobretudo em um mercado virgem que ainda nao explorou todo o seu potencial de minerais”, declara Carlota Neto Peio.
Este sector tem experienciado recentemente um crescimento rápido, tendo por exemplo a exportação de granito preto quase duplicado nos últimos anos. Uma variedade de depósito de pedras, incluindo mármore, quartzo cristalino, granito vermelho e preto ocorrem a meio da bacia do rio Kunene na Província de Huíla. A exploração de granito, ouro e outros recursos, é um dos mecanismos que impulsiona o processo de diversificação das actividades mineiras em Angola. São projectos prioritários na estratégia do Executivo para saída da crise económica e a diversificação das receitas fiscais e o aumento dos recursos cambiais.
Em suma, sabemos que Angola dispõe de uma base de matérias-primas ricas e bem diversificadas e fontes minerais industriais, tudo num conjunto muito favorável e bem estruturado para poder iniciar o processo de industrialização de sua economia e sociedade. Há poucos países no continente africano que reúnem um conjunto de condições e um potencial socio-económico tão favorável e tão excepcional para o desenvolvimento como Angola. Porém, a identificação de
minerais diversos no solo angolano ainda cadece de uma atenção maior. Ainda que timidamente
estejamos a caminhar para descoberta e legalização destes mineriais, os desafios tem sido vencidos gradualmente.