As operações com os canais internet banking em Cabo Verde registaram, em 2020, um aumento acima dos 50% para 88,3 milhões, ajudadas pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19 que têm lançado desafios da melhoria dos canais digitais no circuito financeiro em todo o mundo, de acordo com dados do banco central daquele arquipélago, referente às actividades da banca local no ano passado.

De um total de 168.673 contas associadas, 18.131 recorreram ao serviço de banca digital para realizar alguma operação, com um total de movimentações registadas contabilizadas em 88,32 milhões.

De acordo com números do Banco de Cabo Verde (BCV) consultados pela Lusa esta Terça-feira, 7, trata-se de “um crescimento de 50,3% em quantidade, face ao período homólogo de 2019. O relatório acrescenta que todas as operações bancárias realizadas pela Internet, que implicaram movimentação de fundos entre contas de pagamento, registaram taxas de variação homólogas positivas, tanto em quantidade como em valor, destacando-se os pagamentos de serviços e as transferências interbancárias.

No período, as agências bancárias dos sete bancos comerciais que operam em Cabo Verde, que normalmente têm sido o canal de preferência de parte significativa da população que diariamente procura pelos produtos e serviços bancários, funcionaram de forma condicionada durante a vigência do estado de emergência decretado devido a pandemia da Covid-19, em Abril e Maio de 2020.

Até Dezembro de 2020, a taxa de bancarização da população cabo-verdiana fixou-se nos 82,8%, o que evidencia um elevado número de pessoas bancarizadas, conforme o relatório do órgão que supervisiona e fiscaliza a actividade bancária e financeira do país. “Ou seja, sugere-se que, em média, oito em cada dez cabo-verdianos dispunham de uma conta de pagamento. De realçar que o acesso a uma conta de pagamento, por ser uma condição necessária para a aquisição de outros produtos e serviços financeiros, consiste na primeira etapa do processo de inclusão financeira”, refere o relatório do BCV.

O documento que detalha as operações de toda actividade bancária do país mostra ainda que  os sistemas de pagamentos sob responsabilidade do banco central “funcionaram de forma eficiente e deram resposta às necessidades dos agentes económicos em 2020″.

Entretanto, pela primeira vez desde a entrada em funcionamento, o Sistema de Gestão de Depósitos e Liquidação (SGDL), o único de liquidação financeira do país, “registou uma taxa de variação homóloga negativa na quantidade de operações processada, não obstante o valor ter preservado a sua tendência de crescimento anual”.

Assim, em 2020, este sistema processou 26.676.454 operações de pagamento, no valor de 164,3 mil milhões de dólares, cerca de 15,3 biliões de escudos (moeda local), o que equivale a 87 vezes o Produto Interno Bruto de Cabo Verde.