O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) celebrou um contrato com o banco privado Standard Bank de Angola para a prestação de serviços de intermediação financeira no âmbito da privatização do Banco de Comércio e Indústria (BCI), conforme previsto no Programa de Privatizações (PROPRIV), indica nota de imprensa a que a FORBES teve acesso.
A instituição integrada no Grupo Standard Bank foi contratada no âmbito de um concurso limitado por convite, que visava a aquisição de Serviços de Distribuição de Valores Mobiliários, cumprindo, assim, com as indicações do Decreto Presidencial n.º 250/19, que cria o Programa de Privatizações.
Para o economista Elizeu Vunge, a contratação foi a mais acertada, sendo que o Standard Bank de Angola tem uma vasta experiência neste tipo de processo, por ser a instituição líder em processos de fusões e aquisições em África, com know-how em processos de venda, relações sólidas com investidores estratégicos e financeiros.
O economista refere ainda que a intenção do IGAPE é ter uma intermediação com experiência e que saiba auxiliar quer na estruturação, avaliação, divulgação e a valorização do BCI. “O Standard Bank é neste momento o parceiro justo do IGAPE, com maturidade e experiência nacional e internacional para dar resposta ao que se deseja para o BCI”, acrescentou.
O Presidente do Conselho Executivo do Standard Bank de Angola, Luís Teles, assevera que se trata de uma grande responsabilidade para o seu banco ter sido seleccionado para a privatização do BCI. “Temos certeza que faremos um trabalho ao nível da exigência que este tipo de operação merece e porque nos foi confiada essa grande responsabilidade”, garante.
O IGAPE justifica que o procedimento adotado foi o concurso limitado por convite, uma vez que o BCI será privatizado por via de leilão em Bolsa e apenas cumprirá com os requisitos para operações em mercados regulamentados.
O Standard Bank Angola tem uma rede comercial composta por 18 agências, três centros de empresa, três postos de atendimento e encontra-se posicionado nas províncias de Cabinda, Luanda, Benguela, Huíla, Huambo e Namibe.
Recorde-se que em Maio deste ano, o Presidente da República autorizou a privatização do Banco de Comércio e Indústria (BCI) pelo procedimento de leilão em Bolsa direccionado a candidatos especialmente qualificados. A 31 de Dezembro de 2019 o banco apresentava um capital próprio negativo de 40,9 mil milhões de kwanzas, incluindo um resultado líquido negativo do exercício de 26,1 mil milhões de kwanzas. A esta data, o banco não cumpria com o rácio de solvabilidade mínimo de 10% definido no artigo 4º do Aviso n.º 2/2016 do Banco Nacional de Angola.