A angolana Luísa Capalo, de 31 anos de idade, foi reconhecida como uma das melhores profissionais de saúde “com projectos inovadores e científicos de África, pela organização não-governamental sul-africana Representative Organization for Clinical Research in Africa, ocupando a terceira posição no ‘top 10’, sendo a única na categoria “Nutricional”.
Valeu a distinção da profissional angolana o seu trabalho científico da descoberta de fórmulas novas que ajudam na concepção natural no aperfeiçoamento de compostos já existentes para prevenção e recuperação de alguns cânceres, e de emagrecimento.
“A partir de combinação de alimentos e plantas medicinais é possível formar compostos farmacológicos no prato que ajudam na fertilidade. Tudo isso em função da combinação desses fitoterápicos e compostos bioactivos existentes nesses alimentos”, referiu Luísa Capalo.
Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA a nutricionista disse que não esperava estar entre as dez profissionais de excelência. “[…] muito menos em terceiro lugar, até porque não conhecia a organização. Apenas agora, depois de falar com um dos responsáveis, soube exactamente quem são, o que fazem e como me encontraram, sendo que em Angola existem muitos outros profissionais em saúde com destaque”, admitiu.
Luísa Capalo sublinhou que a homenagem e nomeação foi também em reconhecimento dos serviços de saúde prestado à população, principalmente no que diz respeito a fertilidade e ao processo de redução da taxa de obesidade, não apenas em Angola ou África, mas pelo mundo á fora.
“Nesse momento tenho mais de 10 mil pessoas que emagreceram, saindo de um quadro de obesidade severa, mórbida fina, para Eutrofia, peso normal. Pensa numa pessoa que pesava 190 kg e que hoje está com 70 kg sem fazer cirurgia bariátrica, uma pessoa que saí de 160 Kg para 70 kg e assim por diante, tudo pelos alimentos, por um método novo que inventei e temos tido resultados incríveis”, enfatiza.
De acordo com a nutricionista, “mulheres e homens, outrora com diagnósticos de infertilidade e esterilidade”, graças ao método que criou, denominado Dietoterapia More Fertility by Lamc Nutridiet, hoje são pais e mães.
“Temos mais de 3 mil bebés no mundo. Creio que esse resultado nunca antes foi visto em África ou em Angola por uma Nutricionista e Dietética”, garante.
Luísa Capalo revela que a fórmula criada por si é composta por bioactivos existentes em alguns alimentos. “Conseguimos compor mais de 20 suplementos alimentares, sendo que nesse momento temos oito em fase de lançamento, dos quais três estão directamente ligados a fertilidade, nomeadamente o More fertility by Homem, More fertility by Mulher e o Felas Licopeno. Este último, acrescenta, é um suplemento em cápsulas de gel para a saúde da próstata.
“Este suplemento [Felas Licopeno] será lançado em homenagem ao meu esposo, Osvaldo Capalo, por todo apoio e compreensão que me deu nos momentos em que não podia ter a esposa aí porque estava a investigar, por tudo que representa e por também, ter se colocado a disposição da pesquisa como uma das muitas provas viva da eficácia do suplemento em questão, daí o nome Felas, que é dele também”, justificou.
Pesquisa foi fruto de paciência, resistência e investimento financeiros
A nutricionista angolana sublinhou que pretende continuar com as suas pesquisas e descobrir formulas variadas para a saúde e bem-estar, realçando que estar na terceira posição incentiva-lhe a se superar ainda mais e mais.
“A pesquisa científica exige paciência, resistência, força de espírito e persistência, recursos financeiros também. Então sim, vou continuar a estudar, para melhor servir e não para ocupar esse ou aquele lugar. Já me sinto uma vencedora, num país onde temos poucas oportunidades de pesquisas e nenhum patrocínio”, considerou.
O combate a desnutrição infantil é um dos projectos que a nutricionista esta a executar, tendo defendido que as autoridades angolanas devem prestar maior atenção a este tema. “É gritante a necessidade de mudança, das políticas nutricionais em Angola. Não é uma questão só do Ministério [da Saúde]. Transcende. Nunca se falou tanto de políticas de alimentação e nutrição como hoje a nível mundial. Vivemos um período histórico nesta área. Mas este momento histórico, em particular, parece não se fazer sentir tanto em Angola como deveria”, disse Luísa que vai mais longe: “basta olhar pelo não reconhecimento político da necessidade de implementar estratégias nesta área. Se existem, quase não se faz sentir”, apontou Luísa Capalo.