O Partido Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU – PDGB) do ex-primeiro-ministro, Nuno Nabiam, anunciou esta semana ter retirado a confiança política ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, a quem exigiu que marque eleições presidenciais ainda este ano.
Numa declaração política a que FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso, são elencadas várias exigências, nomeadamente a demissão do actual Governo de iniciativa presidencial de todos os militantes do APU-PDGB.
“Relembrar ao Presidente da República que o seu mandato termina a 27 de Fevereiro de 2025, pelo que deverá acontecer eleições presidenciais ainda este ano de 2024, exigir a celeridade da justiça dos militares e civis presos no “caso um de Fevereiro de 2022” e exigir ao presidente que se mantenha equidistante e neutro nos assuntos internos dos partidos políticos, sob pena de uma mobilização popular”, lê-se no documento.
De lembrar que Marinho Nadafa kabi, ex-primeiro-ministro do PAIC, que teve em funções entre 2007 e 2008, já havia feito uma queixa-crime contra Embaló que, no entanto, foi arquivada no dia seguinte por alegadamente carecer de 2/3 da Assembleia Nacional Popular (ANP).
Todavia, o ex-governante deixou claro que descordava com a governação e o “estado antidemocrático” em que Guiné-Bissau se encontrava, exigindo igualmente a marcação das eleições, bem como o respeito do fim do mandato a 27 de Fevereiro de 2025.
Entretanto, recentemente, o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Npabi Cabi, informou que o mandato do actual Presidente iria terminar a 04 de Setembro de 2025, “pois foi a 4 de Setembro de 2020 que o Supremo Tribunal havia se pronunciado e anunciado cabalmente o resultado das eleições presidenciais, que tiveram lugar a 01 de Janeiro de 2020, resultado de uma luta judicial contra o PAIGC”.
Recorde-se que aquando das eleições presidenciais de 2020, Npabi Cabi, ocupava a função de secretário executivo da CNE.
Militantes respondem a orientação política de Nabiam
Na sequência da declaração política do APU-PDGB, liderando pelo ex-primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, que entre vários pontos retira a confiança política ao Presidente Umaro Embaló, os membros do APU-PDGB que integram o Governo de iniciativa presidencial, apresentaram esta Terça-feira as suas cartas de demissão.
Trata-se do ministro da Cultura, Juventude e Desporto, Augusto Gomes; do Secretário de Estado da Juventude, Garcia Bifa Bedeta; e da ministra da Energia, Valentina Ernesta Infanda, apresentaram as suas cartas de demissão.