O número de profissionais a trabalhar em start-ups tem vindo a crescer consideravelmente, sendo que nos últimos 12 meses, segundo o mais recente estudo da Robert Walters Employee, em mais de 30 países o número cresceu 20%.
Portugal, Australia, Canada, China, França, África do Sul, Espanha, Brasil e Estados Unidos são alguns dos países em que o número de profissionais que preferem trabalhar em start-ups tem crescido todos os anos.
O estudo partilhado com FORBES ÁFRICA LUSOFONA aponta que a chamada competição por talentos vem se espalhando pelo mundo empresarial, onde as start-ups se destacam a atrair e reter melhor os talentos de que precisam.
O documento refere que “enquanto grandes marcas e grandes benefícios aos funcionários costumavam ser uma proposta atraente, parece que a força de trabalho de hoje valoriza mais do que apenas vantagens e recompensas financeiras e está a encontrar isso em start-ups”.
Numa recente pesquisa global feita pela Robert Walters, 50% dos profissionais disseram preferirem a experiência de trabalhar numa start-up à estabilidade de uma empresa tradicional e bem estabelecida.
O estudo destaca que a inovação com (47%), flexibilidade (32%) e o crescimento de carreira (18%) são as áreas que tornam uma start-up atraente.
Por outro lado revela que os profissionais estão a deixar as empresas em que trabalham actualmente por conta da progressão de carreira (55%), para experimentar algo novo (33%), fraca cultura corporativa (20%), para requalificar (14%) e, por último, a maior flexibilidade (13%).
O documento alerta ainda que os profissionais actualmente valorizam empresas que tenham colegas e cultura que inspira os funcionários (42%), trabalho desafiador e interessante (34%), gestão aberta e eficaz (30%), autonomia sobre tarefas e prioridades (20%) e arranjos de trabalho flexíveis (27%).

“Com o aumento do número de profissionais a trabalhar em start-ups, fica claro que há movimento de funcionários de organizações tradicionais para empreendimentos da nova era”, indica o estudo.
De acordo com a pesquisa, mais de 40% da força de trabalho global está a pensar deixar a empresa em que trabalha este ano, resultando numa enorme escassez de habilidades em todo o mundo, à medida que as instituições experimentam os efeitos da “grande demissão”, avança o documento.
O estudo refere ainda que, ao estimular as qualidades atractivas das start-ups, as empresas tradicionais podem competir por talentos e combater a escassez de habilidades.

Crescimento de carreira
Segundo o estudo as pessoas ficam felizes em trabalhar arduamente, mas os profissionais investigados admitiram que querem trabalhar numa cultura que os inspire a fazer o melhor (42%) e a ter autonomia sobre os seus projectos (28%). Também querem receber reconhecimento de maneiras além do pagamento e bónus.
“As start-ups não têm equipas grandes, portanto, os seus funcionários devem concluir qualquer tarefa necessária, independentemente do cargo. O ambiente multifacetado de uma start-up tem as suas vantagens: desde desempenhar uma função de recursos humanos num dia, até auxiliar no desenvolvimento de negócios no próximo, elas [start-ups] ensinam aos funcionários os meandros de uma empresa, aumentando o seu valor como profissional”, lê-se no documento.
O estudo aponta igualmente sete razões que têm permitido que as start-ups lentamente consigam ganhar a batalha pelo talento, que são o acelerador de carreira ( Com estruturas relativamente planas) e Hands-on Founders & CEO’s – em que os novos empregados podem encontrar-se alinhados na equipa de liderança sénior. desde o primeiro dia –, mentalidade de escala, cultura, espírito de equipa, diversidade em todos os sentidos, inovação e a estratégia de saída.
O estudo finaliza concluindo que “as percepções dos profissionais sobre os contrastes entre empresas estabelecidas e pequenas empresas são significativas”, sendo que as organizações estabelecidas precisam mover-se rapidamente para adoptar as melhores partes da cultura de start-up nos seus negócios, para competir pelos melhores talentos.