O ano de 2020, que afectado pela pandemia viu-se obrigado a adaptar-se ao cenário de crise sanitária, foi também difícil para o sector segurador em Angola.
Em entrevista exclusiva à FORBES, Paulo Bracons, CEO da Fortaleza Seguros e vice-presidente do conselho de direcção da Associação de Seguradoras de Angola (ASAN), fala dos desafios que o sector segurador passou a enfrentar com a entrada em cena do novo coronavírus, em Março de 2020, depois do sinal de alerta ter sido dado em finais de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.
O gestor explica que o ano em que a pandemia se instalou no país foi difícil, pois a Covid-19 obrigou os players do sector a reinventarem a forma de trabalhar, no sentido de criar condições para melhor responder aos desafios que lhes foi imposto pelo novo normal.
A retenção de clientes, através da melhoria do serviço prestado – mais virado para o digital, a contenção de custos e a optmização de recursos, segundo Paulo, foram os principais aprendizados que a crise pandémica promoveu nos seguros, no ano passado.
De acordo com o CEO da Fortaleza Seguros, foram estas estratégias adoptadas que permitiram as seguradoras resistir à esta fase turbulenta. Por outro lado, o responsável considera também que as alterações legislativas em curso estão e vão condicionar a actividade do sector.
“Falo do Novo Regime Jurídico da Actividade Seguradora, que irá contribuir decisivamente para a modernização e profissionalização do sector segurador e que levará à obrigatoriedade de novos requisitos de capital, da nova legislação da actividade de Mediação de Seguros, da revisão da Lei do Contrato de Seguro e do lançamento das bases de um novo Plano de Contas (IFRS)”, enumera.
A estes instrumentos juntam-se ainda a implementação de uma nova legislação sobre cobrança de prémios de seguro e a prevista privatização da considerada empresa líder do mercado, a ENSA, que na perspectiva de Paulo Bracons trará uma nova realidade e nova dinâmica ao sector.
O homem forte da Fortaleza antecipa que estas mudanças, para além dos seus impactos directos, gerarão novas dinâmicas de mudança e levarão, certamente, a alguma reconfiguração do sector segurador. “Estamos certos de que serão no sentido do desenvolvimento e profissionalização do sector”, conclui.