A província moçambicana de Inhambane vai subir, nos próximos tempos, a capacidade de processamento de carnes em mais de 500%, ao sair das actuais 750 toneladas por ano para as cinco mil toneladas anuais, anunciou nesta sexta-feira, 22, o ministro da Agricultura do país, em visita à cidade.
De acordo com a estratégia do governo, tornada pública pela imprensa local, o aumento da capacidade será sustentado pelo mais novo matadouro industrial, aberto esta Sexta-feira pelo Ministério da Agricultura no distrito de Panda.
Com isto, Inhambane deixa de contar apenas com 750 toneladas por ano e eleva para cinco mil, evolução ajudada pela nova unidade industrial de Ponta, da região de Panda, circunscrição que, sozinha, passará a processar mais de mil toneladas de carne.
Com um investimento global de mais de quatro milhões de dólares, o Matadouro de Panda, um dos distritos de Inhambane, é dos maiores instalados no país e tem uma capacidade para abater e processar 50 animais por dia, sendo que, por mês, serão processadas 250 toneladas de carne.
Actualmente, só a província de Inhambane, dispõe de uma população bovina estimada em mais de 350 mil cabeças, e são processadas cerca de 750 toneladas de carne por ano. Por falta de unidades industriais para o efeito, parte considerável da carne daquela província do interior do país do índico é levada para Maputo e Beira.
Segundo o Governo, a carne processada pela nova unidade industrial será para o consumo local, mas, num futuro breve, passará a ser exportada para o mercado asiático, nomeadamente Vietname e China.
A estratégia é fazer com que a unidade compre carne dos criadores locais, mas estão projectadas a criação de próprios animais. Aliás, ao lado da nova unidade de processamento, está um espaço de 800 hectares, que será dedicado à criação de animais para o processamento no matadouro e abastecimento no mercado nacional e internacional.
Citado pelo Jornal OPaís de Moçambique, o ministro da Agricultura, Celso Correia, estima que, em todo o país existam matadouros industriais nas cidades de Maputo e Beira, sendo o de Inhambane o segundo maior.
Pelas contas de Celso Correia, há ainda outra unidade industrial na província de Gaza que está paralisada e outra em construção na província de Tete.
O membro do Executivo de Filipe Nyusi perspectiva ainda que, com a entrada em funcionamento do matadouro de Inhambane, bem como de outros em projecção, num intervalo de dois anos, Inhambane pode tornar-se auto-suficiente na produção de carne. “Teremos carne para o consumo local, sem precisar de mandar vir de fora. Pode comprar fora quem quiser, mas não haverá mais necessidade disso”, vaticinou Celso Correi, à margem da cerimónia de abertura oficial da mais nova unidade industrial de processamento de carne moçambicana.
A abertura de unidades de processamento assim como de polos de criação de animais é parte de um do programa denominado “SUSTENTA”, em que o governo moçambicano investe no melhoramento genético dos animais criados no país, com a aquisição de mil touros, que deverão ser inseridos na criação animal.
Da estratégia, consta ainda que o “SUSTENTA” deve, através de um crédito, financiar o Matadouro de Panda para a compra e posterior processamento de toda carne do sector familiar em todos os distritos, conforme referido pelo jornal OPaís na sua edição online de 22 de Outubro.