A Narisrec, empresa angolana de gestão e comercialização de resíduos electrónicos, está a reaproveitar equipamentos já degradados, como computadores e telemóveis, que passam por um processo de triagem, reparação e reciclagem para posterior revenda no mercado, através de uma plataforma online própria, a preços que considera ser competitivos.
Nesta empreitada, a Narisrec que opera oficialmente no mercado desde Março do corrente ano, mas com actividades desde 2018, conta com o apoio do Found Institute, instituição norte-americana de apoio e aceleração de start-ups. O objectivo, segundo Décio Silva, co-fundador da empresa angolana, é expandir o negócio em toda a região austral de África.
À FORBES, o empreendedor avançou que, nos últimos dois anos, a start-up recolheu cerca de 60 toneladas de lixo electrónico, sendo que a meta é garantir que pelo menos 30% destes resíduos produzidos em Angola sejam descartados de forma sustentável. “Para nos comprometermos com a causa, a Narisrec pretende trabalhar com produtores e consumidores locais”, indica. O também gestor de tecnologias de informação, garante que esta solução, “ambientalmente sustentável”, permite proteger a saúde humana, através da não contaminação dos solos, uma vez que este tipo de resíduos que normalmente são depositados em aterros sanitários passam a ser reciclados e tratados de forma adequada.
Explicou que os resíduos electrónicos são recolhidos em clientes interessados, depois de uma avaliação prévia do material, determinação das quantidades e das condições de transportação. Por cada quilograma de resíduo a recolher, prosseguiu, são cobrados mil kwanzas, isto sem incluir o valor da transportação, e no fim de todo o processo é entregue um certificado de recolha do lixo eletrónico, como reconhecimento de que o fornecedor teve uma acção ambiental correta.
Com uma facturação média mensal de 5 milhões de kwanzas, a start-up emprega actualmente 10 trabalhadores. Décio adianta que no futuro, e com investimentos adequados, o que se pretende é criar o primeiro centro de reciclagem eletrónica automatizada no país, com equipamentos tecnológicos de ponta, que permitam processar de forma automatizada a separação de matérias de vidro, plástico, ferroso e não ferroso, numa adopção de critérios da economia circular, gerando desta forma riqueza e empregos para os cidadãos.
Além da gestão de resíduos electrónicos, a Narisrec trata também da recuperação e destruição de dados de equipamentos como telemóveis, tablets, televisores, computadores, bem como de Data Centers de pequenas e médias empresas.