O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, participou na Terça-feira, 8, numa conferência online das Nações Unidas sobre prevenção de conflitos, pelo seu perfil que a ONU considera ser “exemplo de paz” e símbolo de nova geração de políticos do continente africano.
Uma nota da ONU refere que Carlos Vila Nova e o Presidente da Libéria, George Weah, foram os únicos chefes de Estado africanos convidados a tomar a palavra no evento “por serem considerados casos de sucesso no que concerne à prevenção de conflitos” e no seu relacionamento com as Nações Unidas e pelo perfil dos chefes de Estado que simbolizam a nova geração de políticos do continente africano.
“É uma grande honra para mim, mas também para o povo de São Tomé e Príncipe, tomar a palavra neste evento. É para nós um importante reconhecimento do nosso compromisso com a paz no nosso próprio país, mas também o nosso compromisso com a paz na nossa região e no mundo”, declarou Carlos Vila Nova, na sua intervenção.
O chefe de Estado são-tomense referiu ainda que “embora São Tomé e Príncipe seja um país pequeno, somos membros de pleno direito da comunidade internacional, e vemos com grande preocupação as tentativas de nos afastarmos dos princípios do multilateralismo. É por isso que saudamos novas ‘formas de trabalho’ das Nações Unidas, tais como este Programa Conjunto e o Fundo de Desenvolvimento e o Departamento de Política e Paz”.
Sobre as tensões registadas nas eleições presidenciais em que foi vencedor entre 19 candidatos, Carlos Vila Nova enalteceu “uma sábia intervenção de prevenção” das Nações Unidas, através de “um plano de acção para aproximar as partes” para “restabelecer a confiança mútua” e mediar “os pontos de discórdia que surgiram, até à proclamação dos resultados finais e definitivos pelo Tribunal Constitucional”.
O Presidente da República sublinhou que “São Tomé e Príncipe é um país pacífico”, mas nos últimos anos tem registado “sinais e ameaças preocupantes a este legado”.
“A nossa paz teve o momento mais ameaçador nas eleições legislativas de 2018, que, embora reconhecidas pelos observadores internacionais como livres e transparentes, deram origem a motins e a um grau de violência nunca registado no país. Estes foram sinais de alerta para as eleições presidenciais de 2021”, recordou o chefe de Estado.
A conferência foi organizada pelo Departamento Político das Nações Unidas e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), tendo reunido chefes de Estado e ministros dos Negócios Estrangeiros de vários países, para um balanço sobre a intervenção das Nações Unidas na prevenção de conflitos.
Fonte: Lusa