A Multipla, empresa de soluções informáticas B2B, com serviços tecnológicos, apresentou, na passada sexta-feira, num webinar sobre “transformação digital do negócio”, quatro novos serviços que serão lançados em 2021, em comemoração aos seus 25 anos de existência. Tratam-se do Remote Cloud Aplications (EOW) Video Conference, Hosting, IP-HOME e um ligado ao VideoStream.
À FORBES o CEO da empresa, José Assis, disse que a implementação do novo serviço residencial de Internet IP-HOME, com pacotes, vai permitir a quem não tem acesso via cabo aos sistemas de internet poder igualmente aceder aos serviços de cloud da empresa. “O IP-HOME será o novo acesso rápido à internet que vai ser disponibilizado a partir de 2021, com pacotes acima do oferecido no mercado residencial e com enfâse ao acesso às soluções da AZCLOUD”, garante.
Explicou que todos os serviços vão funcionar na Cloud, sendo que o de VideoStream, por exemplo, vai disponibilizar também uma plataforma local para os produtores angolanos de conteúdos. A partir do VideoStream, acrescentou, os clientes poderão assistir aos conteúdos de televisão em directo com a internet local.
Neste momento, a Multipla conta, entre outros serviços, com um DataCenter a funcionar em pleno, desde 2013, e com serviços de colocation e cloud (Azcloud), além de ter também a Ipworld, uma rede de comunicações em fibra, micro-ondas e satélite. Fornece igualmente ao mercado soluções com parceiros como a NETAPP, VMWARE, CISCO, FORTINET.
Sobre o sector das TICs o gestor considera que continua em desenvolvimento, apesar do momento difícil que as empresas vivem, que está a afectar o crescimento das mesmas e, em alguns casos, a sustentabilidade, por culpa de crescimentos económicos negativos, desde 2016, a desvalorização da moeda e inflação. “A Covid-19 veio apenas demostrar algumas debilidades que temos e devemos corrigir”, defendeu.
Com 76 colaboradores, a Multipla tem no seu portefólio um leque de 150 clientes corporativos. A empresa atingiu, em 2019, um volume de facturação acima dos 23 milhões de dólares.
Transformação digital é inclusiva
O CEO da Multipla descorda da ideia de que a transformação digital ser vista como coisa de países ricos e desenvolvidos e que será difícil a médio prazo países como Angola poderem chegar ao mesmo nível dos europeus.
Para José Assis, embora existam diferenças grandes e problemas económicos a nível de sustentabilidade humana, o negócio, mesmo o informal, pode rapidamente ser trazido para o mundo digital e ligar aqueles que estão longe, o que causará um impacto “enorme” na forma como o vendedor e o comprador se relacionam e até ajudar a minimizar o impacto na transformação.
Afirma que Angola, país em que a idade de 60% da população ronda tem a idade entre os 15 e 25 anos, é já de si um sintoma de que a transformação digital do negócio será uma realidade e que o Estado deverá apoiar e incentivar todas essas actividades de forma a que elas se tornem comuns a todos e, só depois pensar-se em aplicar taxas ou impostos, “porque neste momento 70% da economia angolana ainda está no informal e pode ser trazida para o formal, sem grande esforço por parte das autoridades”.