Um diagnóstico desenvolvido pelo Governo de São Tomé e Príncipe, em parceria com a Aliança para a Inclusão Financeira (AFI), que analisou por região a condição financeira dos são-tomenses, concluiu que 57% das mulheres do país estão excluídas do sistema financeiro.
O Estudo é parte da estratégia do governo local, designada “Estratégia Nacional de Inclusão Financeira”, que considera que o acesso a serviços financeiros constitui um mecanismo essencial de combate à pobreza.
“Através do incremento das soluções de poupança, de crédito e de seguro, da generalização do acesso aos bens e ao rendimento pelos indivíduos, da facilitação dos pagamentos, cobranças e demais transacções, é possível reduzir riscos e custos, reduzindo igualmente a vulnerabilidade de pessoas singulares e colectivas e proporcionando uma efectiva redução da pobreza”, aponta o estudo.
Das cidades do país que mais bem posicionada está em termos de inclusão financeira, a Região Autónoma do Príncipe (RAP) está melhor classificada, com 79% da sua população incluída financeiramente, seguida da região de Água-Grande, o distrito mais populoso da ilha de São Tomé, com 52%.
Segundo o documento, do total dos excluídos, apenas 43% são homens, enquanto que 40% são do meio rural e 60% das zonas urbanas.
Os distritos mais remotos e pobres, nomeadamente Lemba e Caué, apresentam os níveis mais baixos de inclusão financeira, 19% e 21%, respectivamente.
A contribuir para a baixa taxa de inclusão financeira entre as mulheres e homens está o facto de, de acordo com o estudo, as pessoas não terem rendimento que justifique a migração do informal para o formal, argumento que representa 78,1%, e o facto de ainda existirem pessoas, no país, que preferem usar contas de terceiros para a realização de operações bancárias.
Do grupo dos que estão excluídos financeiramente, estão ainda os que justificam com o custo de manutenção da conta bancária que consideram “elevado”, representando uma fasquia de 1,9%, os que não têm confiança nos bancos comerciais, que representam 2,3% da população e os que não consideram importante ter uma conta bancária, 4,9%. Também está incluída a categoria ‘outros motivos’, que faz 7,9% do total dos excluídos, e os que ‘não sabem’, com 4,3%.
O research do banco central de São Tomé e Príncipe e da Aliança para a Inclusão Financeira conclui que a exclusão financeira também ocorre porque cerca 85% das microempresas e 63% das pequenas empresas não estão formalmente constituídas.
“O facto de não estarem formalmente constituídas e, por isso, excluídas do sistema financeiro, motiva 63% destas empresas a constituir as suas poupanças em casa”, aponta o relatório.